O destaque desta revista de imprensa semanal vai para o Executivo francês, encabeçado pelo Presidente Emmanuel Macron, que está a ser alvo de críticas em França, com a greve geral de vários sectores, incluindo os transportes públicos, e em África onde as populações de certos países como o Mali, pedem a retirada dos militares franceses.
“África-França, o grande mal-entendido”, é o título da capa de ‘Jeune Afrique’. A revista admite que apesar dos sacrifícios dos seus soldados e dos milhões de euros gastos na luta contra o terrorismo islamista, o país de Emmanuel Macron é cada vez mais criticado pela opinião pública.
A publicação dá o exemplo da manifestação que decorreu a 15 de novembro na praça da Independência em Bamaco no Mali, onde os manifestantes pediam a saída dos militares franceses, alguns afirmando mesmo que ocorre um genocídio francês no Mali. A França não consegue como outros países, inclusive a Rússia e a China, ter uma postura mais hábil, tendo em conta que os franceses são os antigos colonizadores, isso leva a mais complicações. A ideia que existe na mente dos manifestantes é que a França não elimina a ameaça terrorista para poder ficar em território maliano, escreve ‘Jeune Afrique’.
O problema resume este semanário é que nas redes sociais, as falsas notícias bem como as mensagens de propaganda anti-frança têm uma visibilidade muito importante.
“Dezembro negro”, eis o título na manchete do ‘Courrier International’. A publicação dá-nos o ponto de vista dos meios de comunicação estrangeiros sobre a crise francesa. Para o alemão ‘Süddeutsche Zeitung’, o executivo vai ter de ceder perante a contestação social, apesar de, segundo o britânico ‘The Economist’, esta “impossível reforma das pensões é imprescindível”. Para a publicação britânica, os franceses passam um quarto das suas vidas, nos seus sofás!
Toda imprensa internacional afirma que de qualquer modo o Presidente Emmanuel Macron vai ter de mudar de método.
No ‘L’Obs’ o título em destaque é: “Macron face à Ira”. A revista afirma que o executivo está muito apreensivo quanto a esta nova crise, um ano apenas depois da crise dos “Coletes Amarelos”, tendo receio que o país fique novamente em polvorosa.
Para Marcel Gauchet, filósofo francês, esta propaganda da ira acontece devido à incapacidade de os governantes conseguirem encontrar um projecto colectivo, afirmando que Emmanuel Macron trouxe a esperança de uma mudança, mas não conseguiu atingir esse objectivo.
Para fechar uma nota sobre o continente africano e Angola em particular,
Na publicação ‘La Lettre du Continent’, o presidente João Lourenço continua a estar em destaque: “João Lourenço no centro da crise vaticana”.
Para a publicação, a visita do Presidente angolano João Lourenço interveio no momento em que há uma investigação em torno das operações financeiras do antigo Núncio Apostólico de Luanda.
O caso é que o cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu foi Núncio Apostólico de Luanda durante 10 anos e terá realizado investimentos imobiliários em Londres, informações reveladas pelo Financial Times. Segundo ‘La Lettre du Continent’, Giovanni Angelo Becciu tinha boas relações com os políticos em Luanda. Desde 2018 o cardeal italiano está em Roma, sendo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. No entanto a investigação prossegue.
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