Na Itália, Kadhafi defende expansão do Islã na Europa
O líder líbio, Mouammar Kadhafi, está na Itália para comemorar ao lado do premiê, Silvio Berlusconi, o segundo aniversário do tratado de amizade entre os dois países. Sempre envolvido em polêmica, Kadhafi declarou que gostaria que o Islã fosse a primeira religião da Europa.
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A declaração de Kadhafi, feita a dois passos do Vaticano, sede da Igreja Católica, irritou deputados aliados do governo de Berlusconi, membros da oposição e autoridades do Vaticano. Berlusconi é acusado de privilegiar as relações econômicas com a Líbia em detrimento dos princípios democráticos. Vários grupos italianos têm investimentos milionários no país governado por Khadafi, que é acusado pela Anistia Internacional e outras organizações não-governamentais, de graves violações dos direitos humanos.
A Anistia Internacional pediu em carta ao primeiro-ministro italiano que, durante o encontro com o líder líbio, sejam tratadas questões sobre os direitos humanos. A Líbia vive sob uma ditadura militar desde 1969.
A defesa da expansão do Islamismo na Europa fez parte de uma conferência da qual participavam 500 mulheres, que ao final receberam uma edição do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. Segundo a imprensa italiana, as mulheres teriam recebido 80 euros cada uma, cerca de 160 reais, para assistir a conferência ontem. Mas, segundo o relato de um participante do evento publicado no jornal La Reppublica, o líder líbio não estava ciente da remuneração concedida para as participantes.
O Tratado de Amizade e Cooperação assinado a 30 de Agosto de 2008 entre a Líbia e a Itália estipula que o governo italiano tem que indenizar a Líbia em 5 bilhões de euros pela ocupação colonial (1911-1943). Itália também se comprometeu a financiar projetos de infra-estruturas. Hoje a Itália é o principal parceiro da Líbia que fornece para os parceiros italianos um quarto da demanda de petróleo e um terço do gás natural.
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