Médicos franceses prescrevem de forma abusiva remédios para emagrecer, diz jornal

O jornal Le Parisen traz, como destaque nesta segunda-feira, entrevista exclusiva do presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, que denuncia a prescrição abusiva de medicamentos para emagrecer. Segundo o jornal, alguns médicos não hesitam em prescrever medicamentos para regime que não são, originalmente, feitos com esse objetivo.

Capa dos principais jornais franceses A. DE FREITAS

O Parisien afirma que, nos últimos 10 anos, 84 médicos franceses foram sancionados por terem prescrito medicamentos para regime. "Alguns, inclusive, colocaram em perigo a vida dos pacientes", afirma o Dr. André Desueur, presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos.

Um dos exemplos citados pelo Parisen é a prescrição do Prozac, a chamada pílula da felicidade, que não é indicado para perder peso.

O jornal conservador Le Figaro também se interessa pelo tema medicamentos e traz, na manchete, as reações do governo sobre a polêmica ligada ao Mediator, que teria causado a morte de 500 pessoas na França, vítimas de valvulopatia, doença que afeta as válvulas do coração.

Utilizado principalmente por diabéticos e pessoas com excesso de peso, o remédio foi retirado tardiamente do mercado francês em 2009, muito depois dos Estados Unidos, em 1997, e da Espanha e Itália, em 2005.

O governo e as autoridades sanitárias francesas são apontadas como negligentes, por não terem retirado o remédio antes do mercado. Nas páginas do Figaro, o ministro francês da Saúde, Xavier Bertrand, assume que problemas graves existiram. "Por isso, pedimos a abertura de uma investigação. Como todo mundo, quero entender porque o remédio ficou 33 anos no mercado", diz o ministro.

Já o jornal comunista Humanité afirma que a confusão nas estradas francesas devido à neve se deve ao abandono do estado e à privatização dos serviços ligados à manuentação das rodovias. O jornal denuncia a politica do governo francês dos últimos 3 anos, que tem privilegiado o corte de recursos financeiros e humanos.