Posse de Dilma e caso Battisti ganham destaque nos jornais franceses

O jornal francês especializado em economia Les Echos afirma que a presidente eleita Dilma Rousseff terá que fazer frutificar a herança de Lula. Em matéria de capa, o jornal fala da presença da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na posse e também do ministro da Defesa francês, Alain Jupé, lembrando que França e Estados Unidos concorrem na licitação para a venda de aviões de caça ao Brasil.

Manchetes variadas na imprensa francesa. RFI

Segundo a análise de Les Echos, a presidência de Dilma representará uma mudança de estilo. Ainda que ela continue as políticas sociais de Lula, a economia deve mudar. Para o jornal, a inflação próxima de 6% em 2010 deverá conduzir o Banco Central a mudar sua política monetária a partir do mês de janeiro. O jornal analisa a escolha do presidente do Banco Central, Alexandre Trombini, que poderia significar uma tendência econômica menos ortodoxa que a do governo Lula.

Caso Battisti

Os jornais franceses destacam a provável recusa do governo Lula de extraditar Cesare Battisti à Itália. Para o jornal Libération, o presidente brasileiro deve anunciar de maneira oficial, até o fim dessa semana, a recusa de extradição do ex-militante italiano de extrema-esquerda. Segundo o jornal, essa decisão poderia causar problemas diplomáticos com Roma, onde tanto a classe política quanto a opinião pública querem que Battisti cumpra sua pena. O jornal Le Figaro dá como certa a decisão do Brasil de conceder asilo político a Cesare Battisti. Para o jornal, o presidente Lula deve acatar a decisão do então Ministro da Justiça Tarso Genro, de março de 2007, acreditando que Battisti corre um risco real de morte se voltar para a Itália.

Crise na Costa do Marfim

Outra notícia que recebeu destaque na imprensa francesa nessa quinta-feira foi a crise política na Costa do Marfim. O jornal Le Parisien destaca as ameaças feitas pelos partidários de Laurent Gbagbo ao Hotel do Golf, onde se refugia o presidente eleito Alassane Ouattara. O jornal L'Humanité enfatiza o apelo feito por trinta intelectuais franceses e africanos pela negociação e contra uma intervenção militar na Costa do Marfim.