Alliot Marie abriu uma crise na diplomacia francesa, segundo Libération
No dia em que a ministra das Relações Exteriores Michèle Alliot Marie chega ao Brasil, o jornal de esquerda Libération dedica sua manchete à crise na diplomacia francesa pelo envolvimento da chanceler com o ex-presidente tunisiano Ben Ali e empresários amigos do ex-ditador.
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Libération afirma que o presidente Nicolas Sarkozy esperava fazer uma boa operação eleitoral direcionando a atenção da opinião pública, na segunda parte de seu mandato, ao desempenho de seu governo na área internacional. No entanto, o efeito tem sido o inverso pela desastrosa atuação de Alliot Marie à frente da diplomacia. As denúncias de que a chanceler se beneficiou de mordomias oferecidas pelo ex-ditador tunisiano tiveram o efeito de uma bomba na opinião pública, que também critica a apatia da diplomacia francesa diante das revoltas populares nos países árabes. O reflexo na popularidade de Sarkozy foi imediato. Segundo Libération, a ministra deveria encarnar uma diplomacia europeia forte no mundo árabe e virou um abacaxi para o governo.
Sucessão presidencial
Os jornais franceses também destacam em manchete a visita do diretor-geral do FMI, Dominique Strauss Kahn, à França. DSK veio a Paris para a reunião de ministros das Finanças do G20, no último fim de semana. Mas o que a imprensa procura saber é se ele será candidato à sucessão de Sarkozy, disputando as primárias do Partido Socialista.
O diário econômico Les Echos diz que DSK continua deixando dúvidas no ar. Le Figaro afirma que ele está escondendo o jogo. Isso porque o regulamento interno do FMI impede qualquer atividade exterior durante a ocupação do cargo. Mesmo assim, segundo Les Echos, Dominique Strauss Kahn deixou escapar uma ou duas frases que dão a entender que o socialista acompanha a atualidade francesa de perto e teria prazer em retornar à França depois de encerrar sua missão em Washington.
A imprensa é crítica em relação ao acordo obtido pela presidência francesa na reunião do G20. Muito barulho por nada, escreve o jornal comunista L'Humanité.
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