Imprensa francesa antecipa queda de Laurent Gbagbo na Costa do Marfim

A crise política na Costa do Marfim ganha destaque na imprensa francesa nesta sexta-feira, 1° de abril. Os principais jornais do país dão como certa a queda de Laurent Gbagbo, o dirigente marfinense derrotado nas eleições de novembro, mas que até hoje se recusa a ceder o cargo ao presidente eleito, Alassane Ouattara.

Imprensa internacional. RFI

"As últimas horas de Gbagbo" titula a manchete de capa do jornal Libération, ilustrada com a foto de uma patrulha de atiradores percorrendo as ruas de Abidjan. A capital econômica da Costa do Marfim está praticamente deserta e a cidade entregue a ela mesma, constata o jornal diante do avanço das tropas do opositor Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como o vencedor das eleições presidenciais de novembro passado. Em editorial, o Libé diz que os ocidentais e os africanos têm uma missão: ajudar o povo marfinense a afastar o risco de uma guerra civil.

Le Figaro informa que as forças aliadas a Ouattara já se encontram na entrada de Abidjan e negociações estão em andamento com o Estado Maior das Forças Armadas para uma rendição. Segundo o jornal, o maior sinal da atmosfera de final de governo de Gbagbo foi dado na noite de quarta-feira com a deserção do chefe do Exército. O militar se refugiou na embaixada da África do Sul com sua família, isolando ainda mais o presidente que se recusa a deixar o poder. O jornal afirma que o reinado de Gbagbo está chegando ao fim porque os partidários de seu adversário político estão a um passo de tomar o controle total do país.

Para Le Parisien, quatro meses depois de ser derrotado nas urnas e ter se recusado a deixar o cargo, Gbagbo foi abandonado por todos e está acuado no palácio presidencial, em Abidjan, cercado de um punhado de aliados fiéis. O jornal parisiense informa que acabou o bloqueio ao Golf Hotel, nos arredores de Abidjan, que funciona como quartel general do presidente eleito Ouattara e de cerca de 400 pessoas que formam o novo governo. A notícia foi comemorada com festa pelos marfinenses, informa Le Parisien.