Jornais relatam situação dramática dos civis na Costa do Marfim

Os principais jornais franceses deste sábado, 2 de abril, destacam nas manchetes internacionais a guerra civil na Costa do Marfim.

Imprensa internacional RFI

Le Monde relata, em primeira página, a denúncia da Cruz Vermelha Internacional de que as forças republicanas do presidente eleito Alassane Ouattara teriam matado 800 civis em uma cidade do oeste do país. A manchete diz que a maior cidade da Costa do Marfim, a capital econômica Abidjan, está à mercê das mílicias dos dois líderes rivais, que praticam saques e destroem estabelecimentos comerciais em um clima de total impunidade. Le Monde publica em sua capa uma foto simbólica da fúria dos protagonistas desse conflito. Cerca de 20 jovens armados pró-Ouattara circulam numa pick-up em Abidjan. Só de olhar, dá medo. Os moradores de Abidjan são reféns de seus líderes políticos.

Libération e Le Figaro destacam em manchete o isolamento de Laurent Gbagbo. O Libé afirma que o presidente derrotado nas eleições está refugiado em sua mansão de Abidjan, protegido por cerca de mil aliados fiéis, como se estivesse protagonizando um filme de faroeste. O diário conservador Le Figaro também acha que Gbagbo está usando seus últimos cartuchos de bala.

Adoção e feminismo nas manchetes

Assuntos de sociedade também têm destaque na imprensa neste fim de semana. Libération publica um manifesto feminista, assinado por um grupo de mulheres conhecido como as "343 Sem-vergonhas", no qual intelectuais, artistas e sobretudo feministas francesas defendem a igualdade entre homens e mulheres "na prática e nas cabeças". As feministas reclamam que 40 anos após a legalização do aborto da França, as mulheres continuam sendo reconhecidas mais por sua beleza do que por suas atitudes cidadãs.

Le Parisien, o jornal da capital, chama a atenção para o problema das barrigas de aluguel. Pelas dificuldades burocráticas do processo de adoção, muitos casais franceses estão recorrendo a barrigas de aluguel no exterior para realizar o desejo de ter filhos. O problema é que no retorno à França, a justiça tem se recusado a conceder documentos a essas crianças.