Ameaça de seca deixa França em estado de alerta

Os jornais franceses desta sexta-feira, 13 de maio, dão destaque à ameaça de seca que paira sobre a França, após várias semanas de temperaturas elevadas e poucas chuvas. O diário econômico Les Echos fala em seca excepcional, relatando que várias zonas do país estão submetidas ao racionamento de água.

Agricultor de Blecourt, norte da França, mostra a terra seca devido a estiagem prolongada no país. Reuters

A grande preocupação é com a agricultura. Os produtores se preparam para uma baixa de rendimento de suas colheitas ou simplesmente a perda total. Para certos grãos como a cevada, a safra está perdida. No caso do trigo, os produtores esperam uma queda de rendimento de 30 a 50%. Se não chover, as safras de milho e girassol serão fortemente prejudicadas, assinala Les Echos. A França não tinha um mês de abril com temperaturas elevadas como as atuais há pelo menos 52 anos.

O jornal econômico procura entender o que provoca esta seca e sugerir soluções. Parte do problema pode ser atribuído ao fenômeno meteorológico conhecido como La Niña, que provoca um aumento das temperaturas das águas do oceano Pacífico gerando um desequilíbrio global.

Les Echos estima que além das medidas emergenciais de apoio aos agricultores anunciadas pelo governo, está na hora de a França adaptar sua agricultura a plantações que requerem menos irrigação. O milho, por exemplo, não está adpatado ao clima francês. Les Echos diz ainda que é preciso agilizar a construção de reservatórios especiais para estocar água das chuvas a fim de enfrentar períodos de seca excepcionais.

O diário católico La Croix também destaca a seca em sua manchete. Em editorial de primeira página, o jornal afirma que basta dar uma volta pelas zonas rurais para ver que a inquietação dos produtores é cada vez maior. O problema, que não é novo, atinge a França e outros países da Europa.

Na mesma linha de Les Echos, La Croix diz que está na hora de pensar a agricultura a longo prazo, promovendo uma reforma das culturas cultivadas na França a fim de adaptá-las à carência desse bem precioso e cada vez mais raro que é a água.