Opositores farão greve em honra às vítimas da repressão síria
Cem dias após o início das manifestações contra o regime de Bashar al-Assad na Síria, a oposição desafia as forças de segurança e convoca um dia de greve geral nesta quinta-feira. O regime tenta por todos os meios intimidar a população e manter o país sob controle. Blindados e soldados sírios chegaram hoje à fronteira com a Turquia.
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A convocação para a greve geral foi feita pela internet: “Quinta-feira, 23 de junho, greve geral em todas as cidades sírias, em homenagem às vítimas da repressão”, pode-se ler na página Facebook “Syrian Revolution 2011”, principal motor para a organização dos protestos da revolução síria.
Além da paralisação de hoje, amanhã os militantes prevêm manifestar após a oração do meio dia, como acontece toda sexta-feira nos países de maioria muçulmana e desde o início da revolta síria, no dia 15 de março. “Legitimidade perdida” do presidente Bachar al-Assad é o slogan da manifestação.
Esses protestos acontecem no dia seguinte à uma coletiva de imprensa do ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Mouallem, na qual ele afirmou rejeitar a ingerência externa em seu país. Para ele, as sanções econômicas impostas pela Europa são como se o continente tivesse declarado uma "guerra" contra a Síria.
Na terça-feira, as forças do regime atacaram pela terceira vez a universidade de Damasco, batendo e prendendo mais de 100 estudantes, que foram na sua maioria soltos em seguida.
Em 100 dias de manifestações, a repressão na Síria fez mais de 1.300 mortos e levou mais de 10 mil pessoas a buscar refúgio na Turquia.
Com a colaboração de Victória Álvares
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