Líderes europeus não têm o direito de errar na resolução da crise grega, afirma imprensa

O diário econômico Les Echos diz que os líderes reunidos hoje em Bruxelas não têm o direito de errar. O fracasso está proibido, declara Les Echos, lembrando que os mercados aguardam resultados concretos do encontro destinado a estancar a crise da dívida grega.  

Manchete do jornal Libération desta quinta-feira (21/07/2011). Reprodução do jornal Libération

Os jornais de hoje se inquietam com a crise da dívida na zona do euro. O diário conservador Le Figaro diz em manchete que o presidente Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel realizaram uma verdadeira maratona de negociações para fechar o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia.

O diário comunista L'Humanité estima que uma onda de pânico atingiu os dois mais influentes dirigentes da zona do euro, obrigando os líderes a evitar a qualquer preço um contágio da crise da dívida grega a outros países da região. O jornal lamenta que os planos de austeridade continuem guiando as decisões para superar a crise.

No Libération, um jovem economista do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Thomas Guénolé, também condena a ortodoxia atual, afirmando que os planos de rigor impossibilitam qualquer tentativa de retomada do crescimento econômico na Europa. O jornal de esquerda mostra a indignação da população em vários países com essa política austera, que leva os europeus a perderem a confiança no futuro, a confiança no projeto europeu, na classe política e nas instituições.

O diário católico La Croix foi atrás de opiniões de personalidades francesas e estrangeiras para superar a crise. As reflexões vão de uma maior solidariedade entre os países mais ricos e os mais pobres do bloco, o reforço da governança europeia com a nomeação de um superministro das Finanças, regras mais duras para impedir que os mercados financeiros ditem a vida dos Estados, com uma clara tendência de fortalecimento do projeto europeu.