Duelo entre Hollande e Aubry será mais difícil que o previsto
A política francesa e a crise econômica na zona do euro dominam as manchetes desta segunda-feira, 10 de outubro.
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O jornal Libération considera que a esquerda francesa venceu amplamente sua aposta com a boa participação dos eleitores no primeiro turno das primárias socialistas. Para o Libé, os 2,5 milhões de votantes são a prova de um desafio democrático cumprido. Com quase nenhum problema de organização, as primárias demonstraram ser um sucesso logístico e político, ao enviar uma séria advertência ao presidente Nicolas Sarkozy.
Mas o Libération reconhece que para a esquerda vencer as presidenciais do ano que vem, ainda falta percorrer um longo caminho. Escolhido o candidato, no domingo que vem, os socialistas terão de se unir e sintetizar as propostas dos três primeiros colocados, François Hollande, Martine Aubry e Arnaud de Montebourg, não vai ser tarefa fácil. Hollande e Aubry se detestam mutuamente e Montebourg, que vai funcionar como árbitro da disputa no segundo turno das primárias, defende políticas protecionistas para a Europa, o que destoa do socialismo pragmático defendido por Hollande para tirar a França da crise.
O diário conservador Le Figaro afirma que o número de votantes representa apenas 4% do eleitorado francês, o que não impressionou a UMP, o partido do presidente Sarkozy. O jornal reconhece, no entanto, que a direita viu nessa participação uma vitória dos socialistas. Para Le Figaro, o duelo Hollande x Aubry vai ser mais difícil do que Hollande imaginava.
Com a aproximação das eleições na Tunísia e no Egito, e a concessão do prêmio Nobel da Paz a três ativistas políticas, La Croix aproveita a edição dessa segunda-feira para mostrar que as mulheres dos países árabes acreditam na liberação pelo engajamento político.
Nas páginas de economia, os jornais destacam o pacote anticrise a ser lançado até o final do mês, conforme anunciaram ontem Nicolas Sarkozy e Angela Merkel. Le Figaro sublinha que Sarkozy deu uma resposta às preocupações do presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, que condenou a falta de visão dos europeus sobre a grave situação na zona do euro da crise. A Europa vai resolver seus problemas até a reunião do G20, no início de novembro, martelou Sarkozy, fazendo mudanças nos tratados europeus com a meta de adotar uma política econômica comum.
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