Bancos poderão perder até 50% dos títulos gregos
Nesta manhã, na véspera de uma reunião ministerial do G20, o ministério das Finanças da França afirmou que a contribuição dos bancos credores da dívida grega deverá ser “provavelmente mais alta” do que os 21% previstos inicialmente.
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Ontem, autoridades da Comissão Européia revelaram que os países da zona do euro vão pedir aos bancos que aceitem perder até 50% dos títulos da dívida grega. A solicitação faz parte de um grande plano para evitar a falência da Grécia e tentar colocar um ponto final à crise na moeda única europeia.
O novo plano prevê que os bancos aceitem aumentar os prejuízos com a dívida grega: até então, previa-se uma perda de 21% do valor devido pelo governo da Grécia, que agora passariam para até 50%. A sugestão deve ser debatida na próxima cúpula européia, em 23 de outubro. No segundo plano de salvamento da Grécia, aprovado em 21 de julho, estavam previstos 109 bilhões de euros a mais para ajudar o país a pagar as contas e um programa de reestruturação da dívida grega, baseado na contribuição voluntária das instituições financeiras.
As bolsas europeias abriram em ligeira queda e logo passaram para o positivo, confirmando o otimismo do mercado com o anúncio de que a União Europeia prepara um plano para recapitalizar os bancos para enfrentar o impacto de um eventual calote do governo grego, confrontado com uma grave crise econômica.
Na terça-feira, o Parlamento esloveno rejeitou o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o que havia provocado nervosismo nas bolsas ontem. O voto poderá ser revertido em uma nova votação amanhã. Se aprovado por unanimidade entre os membros da zona do euro, o fundo poderá atingir 440 bilhões de euros, vistos como uma garantia de que os países europeus em dificuldades econômicas não estão à deriva.
Ontem, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, pediu à Europa a “recapitalização urgente” dos bancos para acabar com o contágio da crise da dívida, que chegou a um nível “sistêmico”, reconheceu Barroso. Ele solicitou que os governos liberem a sexta parcela de ajuda emergencial à Grécia e acelerem a criação do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), fundo permanente de resgate da zona do euro. Barroso espera que o mecanismo possa entrar em vigor em julho de 2012, um ano antes do previsto.
O braço executivo da UE disse que o ESM deveria entrar em operação em julho de 2012, e não em meados de 2013 como anteriormente planejado.
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