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União Europeia/Prêmio

Prêmio Sakharov concedido a militantes da Primavera Árabe

O prêmio Sakharov, do Parlamento Europeu, que recompensa defensores dos direitos humanos e da democracia, foi concedido a cinco militantes da Primavera Árabe, entre eles o tunisiano Mohamed Bouazizi, que começou a revolta colocando fogo no próprio corpo.

Samia Bou Azizi, irmã de Mohamed Bouazizi, considerado mártir da 'Primavera Árabe'.
Samia Bou Azizi, irmã de Mohamed Bouazizi, considerado mártir da 'Primavera Árabe'. REUTERS/Jamal Saidi
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O Parlamento europeu também premiou a militante egípcia Asmaa Mahfouz, o dissidente líbio, Ahmed al Zubair Ahmed al Sanusi, a advogada síria, Razan Zeitouneh, e o cartunista sírio Ali Farzat.

“Essas pessoas contribuíram para mudanças históricas no mundo árabe e essa recompensa reafirma a solidariedade e o apoio firme do parlamento à luta pela liberdade, pela democracia e pelo fim dos regimes autoritários”, explicou o presidente do Parlamento europeu, Jerzy Buzek. “A recompensa deles é um símbolo para todos os que trabalham para a dignidade, a democracia e os direitos fundamentais no mundo árabe e além dele”, acrescentou. A decisão foi tomada por unanimidade.

Asmaa Mahfouz é uma das fundadoras do “Movimento dos jovens do 6 de abril”, que lançou as manifestações na praça Tahrir, no Cairo, que levaram à queda do ditador egípcio, Hosni Moubarak.

Ahmed al Zubair Ahmed al Sanusi, de 77 anos, é um dissidente líbio que passou 31 anos na prisão por se opor ao regime de Muammar Kadafi. Razan Zeitouneh, advogada de 34 anos, dirige comitês que coordenam a revolta na Síria. Ali Farzat, um cartunista sírio, foi agredido, em agosto, pela polícia síria, e teve as duas mão quebradas.

“Eu divido essa recompensa com todos os que lutam pela liberdade e pela democracia. Ela suscita a esperança no futuro”, declarou Farzat, que está no Kuwait. Ela dedicou sua recompensa “aos mártires da liberdade”.

O irmão de Bouazizi, Salem, dedicou a recompensa ao povo tunisiano, que conseguiu fazer uma revolução e que continuou a se expressar nas eleições do dia 23 de outubro.

Os prêmios serão entregues em Estrasburgo, no nordeste da França, durante uma cerimônia oficial, no dia 14 de dezembro.

Entre os finalistas estavam o defensor dos direitos humanos da Belarus, Dzmitry Bandarenka, e a comunidade colombiana de agricultores, San José de Apartado. Em 2010, o prêmio Sakharov foi concedido ao dissidente cubano Guillermo Fariñas, que fez diversas greves de fome contra o regime comunista de Havana. Entre os antigos laureados estão o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, a militantes da Birmânia, Aung San Suu Kyi, o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, todos laureados também com o prêmio Nobel da Paz.

 

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