Imprensa chama de "loucura" decisão de Papandréou sobre referendo na Grécia
A crise política e econômica na zona do euro dá o tom das manchetes em todos os jornais nesta quarta-feira, 2 de novembro. Com uma capa em azul e branco, as cores da bandeira da Grécia, o jornal Libération resume o clima que tomou conta da Europa após o anúncio da realização de um referendo sobre os planos de ajuda e de austeridade na Grécia: "É o caos", escreve Libération.
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Analistas gregos ouvidos pelo jornal de esquerda estimam que o premiê grego, Georges Papandréou, tomou essa decisão inexplicável por estar acuado e sofrendo forte pressão interna em seu país. Alguns apostam que o primeiro-ministro pode cair e o referendo nunca se realizar.
A Grécia faz a Europa balançar novamente, declara La Croix, sublinhando as dificuldades políticas de entendimento entre os líderes da zona do euro.
Papandréou é o homem que coloca a Europa em perigo, afirma com ares de acusação a manchete do Le Figaro sobre o primeiro-ministro grego. "A jogada do referendo pode custar muito caro", adverte o Aujourd'hui en France. Les Echos resume as consequências da dasastrosa ideia do premiê grego sobre o referendo: os bancos franceses perderam bilhões, ontem, com a queda de suas ações nas bolsas de valores. As ações do Société Générale caíram 16,23% nessa terça-feira na bolsa de Paris, as do BNP Paribas perderam 13,06% e as ações do Crédit Agricole recuaram 12,53%. As três instituições aceitaram o plano de abater de seus balanços 50% da dívida grega.
Em entrevista de página inteira ao Le Figaro, o presidente chinês Hu Jintao, que janta hoje com o presidente Nicolas Sarkozy em Cannes, defende amplas reformas em todos os países do G20 para reduzir os desequilíbrios mundiais. Hu afirma que só a diminuição contínua das desigualdades entre os países do norte e do sul poderá garantir um processo de crescimento global sustentado. O presidente chinês diz estar sinceramente preocupado com a crise na zona do euro e afirma que o fim da moeda única europeia não é do interesse de ninguém, muito pelo contrário. Segundo Hu, tanto a China como o resto do mundo precisam que a Europa continue sendo um continente próspero.
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