Jornais destacam riscos do programa nuclear militar iraniano
Dois assuntos dividem as manchetes dos jornais desta terça-feira, 8 de novembro. O segundo plano de austeridade apresentado ontem pelo primeiro-ministro francês, François Fillon, e o esperado relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o Irã.
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O relatório da AIEA que deve confirmar a existência de um avançado programa nuclear militar no Irã recebe destaque nas páginas do noticiário internacional.
O diário La Croix questiona se as informações obtidas pela AIEA serão suficientes para Israel considerar uma intervenção militar no Irã. Segundo La Croix, os serviços secretos ocidentais teriam fornecido à AIEA imagens de satélite da base militar de Parchin, a 30 km de Teerã, do que poderia ser uma instalação dedicada à realização de explosões nucleares.
Libération acha que o interesse de Israel com a ameaça de intervenção militar é aumentar a pressão para obter sanções ainda mais duras contra o regime islâmico.
Segundo o site de informação Arrêt sur images (www.arretsurimages.net), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, teria chamado o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, de mentiroso numa conversa com Barack Obama durante a cúpula do G20, em Cannes. "Eu não posso mais olhar para a cara dele, é um mentiroso", teria dito Sarkozy. A resposta de Obama não teria sido mais afável com o israelense: "Você está cheio? Imagine eu que tenho de falar com ele todos os dias", teria dito Obama. A conversa foi ouvida por vários jornalistas e confirmada pela agência Reuters.
Medidas de rigor na França
A imprensa progressista critica as medidas de austeridade para conter o déficit público francês. O diário comunista L'Humanité publica a imagem de Fillon com a manchete "Ele quer acabar com nosso modelo social". O jornal considera que as medidas de rigor empurram o país para o declínio. Em tom irônico, Libération afirma que Fillon acabou com as pretensões de Sarkozy de se reeleger no ano que vem. O premiê usou a expressão "esforço suplementar da sociedade" quase vinte vezes durante o anúncio das medidas. Propondo uma alta do imposto sobre valor agregado e o imposto de grandes empresas, Fillon pôs fim ao sarkozysmo triunfante de 2007, ano da eleição do presidente Nicolas Sarkozy.
O jornal econômico Les Echos considera que o governo francês bateu forte com o segundo plano de austeridade. Le Figaro, por sua vez, afirma em manchete que Sarkozy tem seis meses, até as presidenciais, para vencer o desafio das medidas de rigor.
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