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Imprensa

Os novos premiês da Grécia e Itália foram impostos pelos mercados?

As recentes demissões dos chefes de governo da Grécia, Georges Papandreou, e da Itália, Silvio Berlusconi, levaram a imprensa francesa a questionar o impacto da crise financeira no sistema político. A escolha dos sucessores, Lucas Papademos e Mario Monti para dar um perfil mais técnico aos governos de Atenas e Roma foi orientada pela lógica dos mercados e por isso o jornal Libération pergunta em manchete: os mercados estão contra a democracia?

Os premiês George Papandréou e Silvio Berlusconi, 'decapitados' pela crise europeia.
Os premiês George Papandréou e Silvio Berlusconi, 'decapitados' pela crise europeia. Reuters
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Em uma extensa reportagem, recheada com análises de especialistas, Libération afirma que cada vez mais aparecem cidadãos denunciando a ditadura das bolsas de valores e do mercado financeiro sobre o cenário político. Economistas e historiadores ouvidos pelo Libé afirmam que os países democráticos perderam pouco a pouco o controle de suas contas públicas ao se submeterem a exigências estruturais do neoliberalismo econômico.

Outro especialista relativiza a importância dos mercados ao dizer que elessão apenas o termômetro oportunista de crises financeiras e políticas. Em editorial o Libé lembra que a história da filosofia política mostra que o poder político se revela em períodos de guerra e crise e cabe ao povo e aos governos saber usá-lo.

O Le Figaro escreve que a impressão de que os nomes de Lucas Papademos e Mario Monti foram impostos pelos mercados deve ser descartada, assim como a percepção de que foram indicados pelos governos da França e Alemanha. As duas escolhas foram necessárias diante do fracasso coletivo e da ausência de uma solução com mais credibilidade, afirma o editoral do jornal conservador Le Figaro. Em uma situação de urgência como a da Grécia e da Itália, o recurso a governos mais tecnocratas é justificado defende o Le Figaro.

O econômico Les Echos escreve que a nomeação de Monti à frente do governo italiano ainda não foi suficiente para acalmar os mercados. A constatação veio a partir da primeira emissão de títulos pelo governo italiano após a saída de Berlusconi que foi obrigado a oferecer a taxa mais elevada dos últimos 14 anos.
 

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