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Segurança aérea

Airbus da Air France voou sem 30 parafusos após revisão feita na China

Um Airbus A340 da Air France teve de ser imobilizado em meados de novembro em Boston, nos Estados Unidos, depois que um mecânico da companhia constatou a falta de cerca de 30 parafusos num painel de revestimento do avião. O aparelho havia passado recentemente pela revisão anual feita em Xiamen, na China. A denúncia foi feita por um sindicato de funcionários da Air France.

Modelo Airbus A340-300.
Modelo Airbus A340-300. REUTERS/Benoit Tessier
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O sindicato de pilotos e pessoal técnico Alter relatou o episódio num boletim interno, em tom irônico. "Os A340, assim como os Boeing 747, fazem sua principal revisão anual em Xiamen, na China, e o resultado fica à altura das ambições da nossa empresa", diz o texto assinado pela área técnica da companhia francesa. "Ultimamente, o aparelho F-GLZR retornou da China e voou durante alguns dias sem um terço dos parafusos de um painel de revestimento", informa o comunicado.

O A340 partiu da China no dia 10 de novembro com destino ao aeroporto Charles de Gaulle, na região parisiense. O problema só foi detectado no dia 15, depois que o painel de revestimento começou a se deslocar. O painel afetado pela falta de parafusos ficava entre a asa direita e a fuselagem, em uma zona não pressurizada, segundo a Air France.

Um porta-voz da companhia confirmou o incidente, acrescentando que a direção abriu uma investigação interna para apurar as responsabilidades. A Air France afirma, porém, que em nenhum momento a ausência dos parafusos colocou em risco a segurança dos voos.

A manutenção do Airbus A340 foi executada na China pela empresa Taeco, que também presta serviços de revisão para Lufthansa, British Airways, American Airlines, JAL, Emirates, entre outras. Há pelo menos 4 anos a Air France tem a Taeco entre seus fornecedores. 

Um especialista em aeronáutica confirmou à agência de notícias France Presse (AFP) que o painel em questão de fato não era uma peça estrutural do avião. O especialista ponderou, no entanto, que "como se trata de uma peça bastante pesada, e pela sua localização, pode-se imaginar que em algumas circusntâncias precisas o painel poderia se desprender e se chocar contra outra peça importante" do aparelho.

O sindicato Alter deplorou a falha de manutenção, lembrando que no ano passado um Boeing 747-400 também precisou ser imobilizado depois de passar por uma revisão malfeita na China. Nesse caso, algumas paredes do avião tinham sido pintadas com tinta inflamável. 

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