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IRAQUE

Onda de atentados a bomba sacode Bagdá

Uma série de atentados a bomba em Bagdá, na manhã desta quinta-feira, provocou a morte de pelo menos 57 pessoas e ferimentos em ao menos 176, anunciaram autoridades iraquianas. No total, 11 explosões distintas foram ouvidas em diversos bairros em todas as regiões da cidade.

Soldado observa carcaça de carro-bomba que explodiu na mahã desta quinta-feira em Bagdá.
Soldado observa carcaça de carro-bomba que explodiu na mahã desta quinta-feira em Bagdá. Reuters
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Os ataques acontecem em um momento delicado da política do país, em que sunitas e xiitas enfrentam uma crise para estabilizar o governo, poucos dias após a saída definitiva das tropas americanas do solo iraquiano, no domingo. A retirada pôs fim a quase nove anos de guerra, mas deixou muitos iraquianos temerosos de que uma paz instável entre a maioria xiita e os sunitas entre em colapso, reacendendo a violência inter-confessional.

As explosões não visaram instituições públicas ou postos de polícia, mas atingiram sobretudo escolas, trabalhadores e a agência iraquiana anticorrupção, segundo informou o general Qassim Atta, porta-voz da segurança pública em Bagdá. Policiais cercaram os locais atingidos e fazem o resgate dos feridos. Helicópteros sobrevoam as zonas atingidas.

A crise política na coalizão de governo iraquiana se intensificou nos últimos dias. O primeiro-ministro Nouri al-Maliki pediu ao Curdistão que entregue o vice-presidente sunita Tarek al Hachemi, visado por um mandado de prisão por terrorismo. O vice-presidente nega as acusações contra ele e acusa Maliki de ter se aliado ao regime xiita do Irã.

A minoria sunita, dominante no Iraque durante o regime do ex-ditador Saddam Husseim, se sente marginalizada desde que os xiitas chegaram ao poder logo após a invasão americana de 2003. No parlamento iraquiano, os sunitas formam a segunda maior bancada com 82 deputados, contra 159 representantes de partidos xiitas. Denunciando a "ditadura Maliki", os deputados sunitas decidiram esta semana boicotar os trabalhos legislativos. 

O vice-primeiro-ministro sunita Saleh Moutlak chegou a se referir a Maliki como um "ditador pior do que Saddam Hussein". Maliki ameaça substituir os nove ministros sunitas na coalizão de governo se os deputados do partido Iraqiya continuarem boicotando o governo. 

O presidente do parlamento iraquiano, Ossama al-Noujaifi, anunciou a realização de uma reunião de urgência, nesta sexta-feira, para discutir os problemas de segurança e avanços na crise política.

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