Repressão vai continuar na Síria diante da impotência da comunidade internacional
A resistência dos opositores ao regime sírio e as consequências do impasse da comunidade internacional em frear a repressão promovida pelo presidente Bashar al-Assad estão entre os principais destaques da imprensa francesa desta sexta-feira.
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O enviado especial do jornal Libération à região de Homs relata como os moradores lutam para sobreviver diante da ofensiva das forças governamentais à cidade que se tornou o símbolo da revolta contra o governo.
A extensa cobertura começa com o depoimento dramático de uma mulher de 32 anos e de um estudante de 20 que conseguiram fugir de Homs e encontraram refúgio em cidades vizinhas. Eles relatam bombardeios constantes que começam às seis da manhã e terminam tarde da noite. Famílias inteiras tentam escapar das bombas e tiroteios se escondendo no subsolo das casas.
O estudante Ahmed, que não consegue retomar os estudos devido à violência, diz ter sido obrigado a subornar soldados para conseguir deixar o bairro de Bab Amro, o mais visado pelos ataques.
Em editorial, o jornal Le Figaro avisa que o conflito vai durar e o regime sírio lançou uma operação para reconquistar as regiões nas mãos dos opositores. Com a proteção da Rússia, que bloqueia na ONU uma resolução sobre a Síria, o presidente Bashar al-Assad não teme nada. A impotência ocidental é evidente, escreve o Le Figaro, o que deixa o regime com as mãos livres para usar até os recursos mais selvagens para calar seus opositores.
O jornal conservador observa que o movimento de oposição se radicaliza e a rede terrorista Al-Qaeda tenta se aproveitar da situação de desestabilização do país. O Le Figaro concluiu que a longo prazo o regime e al-Assad está condenado, mas, por outro lado, a Síria é um país tão estratégico no mundo árabe e há tantos interesses em jogo que é difícil imaginar uma saída rápida para a crise.
Sarkozy
O primeiro dia de campanha do presidente Sarkozy à reeleição também mereceu destaque nos jornais. O Aujourd'hui en France escreve que ao percorrer por uma hora e meia as ruas da cidade de Annecy, sudeste da França, cumprimentando eleitores, Sarkozy retomou o prazer de estar de novo em campanha eleitoral.
Para o econômico Les Echos, em seu comício na cidade, o presidente se apresentou como um candidato anti-sistema. E o L'Humanité ouviu politólogos que analisaram a entrevista na tevê na quarta-feira, onde Sarkozy anunciou oficialmente sua entrada em campanha. Além da audiência de 10 milhões de expectadores ter sido menor do que a esperada, sua candidatura é considerada pouco convincente, afirma o jornal comunista.
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