Apesar de acordo, Fitch rebaixa nota da Grécia
A agência de análise de crédito Fitch Ratings rebaixou a nota de longo prazo da Grécia que caiu de CCC para C. Com essa nota, o país está apenas um degrau acima da nota que indica ‘default’ (calote) da dívida. A avaliação da agência representa um risco « bastante provável de default a curto prazo”, diz a Fitch.
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O acordo europeu de última hora obtido ontem para conceder 130 bilhões de euros à Grécia e a anulação de 107 bilhões de euros da dívida grega junto aos seus credores ainda não foram sufucientes para acalmar o mercado. Para a Fitch, a economia grega só sairá dessa categoria de caloteiro em potencial “após a a troca e emissão de novos papéis soberanos”. O anúncio da agência de rating coincide com a divulgação de dados decepcionantes para a economia grega.
A crise e as medidas de austeridade impostas à Grécia provocaram uma forte recessão e o déficit público do ano passado ficou em 6,7% do PIB, acima dos 5,4% esperados pelo governo. “Por causa de recessão, será preciso rever os números de 2012 e os objetivos da nossa lei de saneamento das nossas finanças públicas”, diz comunicado oficial. Esse é o quinto ano consecutivo de recessão na Grécia.
O orçamento de 2012 votado pelo Parlamento em dezembro do ano passado foi calculado tendo como base um déficit público de 5,4% e um superávit primário de 1,1%. Com os novos dados, não haverá mais superávit primário neste ano, só em 2013. O projeto de lei aprovado no dia 12 de fevereiro determina cortes de 3,2 bilhões de euros. Os ministérios ds Saúde, Emprego, Defesa, Cultura e educação são bastante atingidos, sobretudo a folha de pagamento de funcionários e aposentados.
Manifestações
Nesta quarta-feira, os principais sindicatos gregos convocaram novas manifestações pelo país para protestarem contra as medidas de austeridade do governo. O novo pacote de cortes faz parte do acordo que o governo grego se comprometeu a cumprir para receber a nova ajuda européia. “Com todos unidos, poderemos varrer esses novos cortes nas nossas aposentadorias”, afirmam as centrais sindicais.
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