Candidato de extrema-esquerda desafia Hollande e Sarkozy com mega comício em Paris
A 34 dias do primeiro turno das eleições presidenciais na França, os jornais desta segunda-feira, 19 de março, dão destaque ao sucesso do comício de Jean-Luc Mélenchon, neste domingo, na praça da Bastilha, em Paris. O candidato do partido Frente de Esquerda tornou-se o maior fenômeno da campanha presidencial depois de ultrapassar 10% de intenções de voto.
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O jornal progressista Libération diz que Mélenchon conseguiu dar uma demonstração de força com o comício lotado, mas para o Libé ele ainda não apresentou propostas convincentes de combate à crise. De acordo com o Libération, quem foi à Bastilha em busca de símbolos de ruptura com o poder atual saiu satisfeito do comício. Mélenchon empolgou a massa com um discurso pregando a insurreição cívica contra as injustiças sociais e deixa a candidatura de François Hollande em dificuldade, pela falta de ousadia e de carisma do socialista.
O diário comunista L'Humanité afirma que contrariamente a todas as previsões, Mélenchon reuniu uma multidão na praça da Bastilha, demonstrando que o eleitor de esquerda mais radical está mobilizado e marca uma virada na campanha.
O diário conservador Le Figaro diz que Jean-Luc Mélénchon e Nicolas Sarkozy estão fechando o cerco à candidatura de Hollande. O jornal estima que Sarkozy está ganhando pontos na disputa ao criticar as propostas "irrealistas e inconsistentes" de Hollande. Mas o principal adversário do socialista vem da própria esquerda. O sucesso de Mélénchon enfraquece Hollande no primeiro turno, constata o Le Figaro.
A candidata de extrema-direita Marine Le Pen estagnou em terceiro lugar e está em busca de uma nova estratégia para sua campanha, segundo Le Figaro, prejudicada pela melhora de Sarkozy e de Mélanchon nas sondagens.
O diário católico La Croix diz em manchete que a campanha presidencial na França irrita e preocupa os governos europeus, já que os dois principais candidatos, Hollande e Sarkozy, prometem abandonar tratados europeus como o de Shenghen, sobre a imigração, e o acordo de controle rígido dos déficits orçamentários.
Nas páginas de economia, Le Figaro e Les Echos destacam a melhora do mercado de ações na França. A bolsa de valores de Paris registra uma alta de 14% desde o início do ano, com os investidores mais confiantes numa recuperação econômica na zona do euro.
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