Missão de observadores da ONU chega à Síria neste domingo

A primeira missão de observadores das Nações Unidas chega neste domingo à Síria para supervisionar o cumprimento do cessar-fogo entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes da oposição. O envio dos observadores foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança.  

O embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bachar Jaafari. REUTERS/Allison Joyce

O Conselho de Segurança da ONU aprovou, por unanimidade dos 15 membros, o projeto de resolução que determina o envio de uma primeira missão de até 30 observadores desarmados à Síria. Até a China e a Rússia, que até então se mostravam contrárias, votaram a favor do documento.

A resolução pede ainda que o governo sírio permita o acesso das organizações humanitárias ao país e que "implemente visivelmente" todos os compromissos assumidos no plano de paz do enviado especial Kofi Annan. O plano do ex-secretário das Nações Unidas prevê, além do fim da violência, o direito de manifestação pacífica, a retirada de tropas e de armamento pesado das principais cidades sírias e um diálogo entre a oposição e o governo.

Os grupos ligados aos direitos humanos na Síria e a comunidade internacional comemoraram a aprovação da resolução, mas ainda estão céticos quanto às reais intenções do presidente sírio Bachar al-Assad. A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, declarou que a nova escalada da violência nesse sábado mostra que o regime não parece comprometido em respeitar os compromissos assumidos.

Apesar do acordo de cessar-fogo estabelecido há três dias, a violência continua na Síria e esse sábado foi o dia mais sangrento desde a entrada em vigor da trégua das tropas de Bashar al-Assad. Pelo menos 12 pessoas morreram. Desde o começo da revolta popular contra o regime de Bachar al-Assad em março do ano passado, cerca de 10 mil pessoas já morreram nas mãos da repressão, segundo informações do Observatário Sírio dos Direitos Humanos.