Juiz de NY recusa pedido de imunidade diplomática de Strauss-Kahn

O juiz Douglas McKeon, do tribunal do Bronx, recusou o pedido de reconhecimento da imunidade diplomática de Dominique Strauss-Kahn. A defesa do ex-chefe do Fundo Monetário Internacional esperava usar o benefício para conseguir arquivar o processo civil contra o francês, acusado de abuso sexual.

A defesa de Dominique Strauss-Kahn não conseguiu arquivar ser processo civil na justiça norte-americana. REUTERS/Gonzalo Fuentes/Files

A defesa do ex-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional contava com o argumento da imunidade diplomática para arquivar a ação civil movida pela camareira Nafissatou Diallo, que acusa o francês de estupro. “O pedido de arquivamento do processo feito por Strauss-Kahn foi recusado”, informou o juiz.

A justiça estimou que o ex-chefe do FMI perdeu toda a sua imunidade a partir do momento em que pediu demissão da instituição em 18 de maio de 2011. Além disso, o juiz Douglas McKeon lembrou que Strauss-Kahn não cogitou esse benefício concedido aos diplomatas durante o processo penal, e que a imunidade não pode ser usada “a la carte”.

Os advogados do ex-chefe do FMI podem recorrer da decisão do juiz do Bronx. Caso não o façam, a justiça norte-americana poderá começar os preparativos para o processo civil, com júri popular, que deve avaliar a queixa de Nafissatou Diallo contra a “agressão sexual sádica e violenta” que teria sido cometida pelo francês em um quarto do hotel Sofitel de Nova York, em 14 maio do ano passado.

A camareira espera obter uma indenização por perdas e danos. O valor solicitado não foi divulgado. Dominique Strauss-Kahn reconhece ter vivido uma breve relação sexual com a empregada do hotel, mas afirma que a moça não foi forçada e que o episódio não foi violento.