Polícia francesa desmonta acampamento cigano perto de Lyon

A polícia francesa desmontou nesta terça-feira um acampamento cigano na cidade de Saint-Priest, perto de Lyon, na região central da França. Cerca de 180 imigrantes originários do leste europeu, em sua maioria búlgaros e romenos, foram expulsos do local após uma decisão judicial.

Ciganos originários do leste europeu são evacuados de acampamento ilegal perto de Lyon, na França, nesta terça-feira. REUTERS/Robert Pratta

De acordo com uma militante de uma organização de ajuda às crianças de acampamento e integrante da Liga dos Direitos Humanos (LDH), os ciganos estavam no local há vários meses. “Eles já foram expulsos de vários outros lugares”, disse reiterando que há muitas crianças e recém-nascidos no grupo desalojado.

A prefeita da cidade, Martine David, declarou que o terreno utilizado pelos ciganos pertence a um empresário do setor imobiliário que pretende utilizar o local para a criação de habitações. “É um círculo vicioso. Não conseguimos encontrar uma solução para hospedá-los e nós sabemos que há riscos de novas ocupações”, disse.

“O que acontece no momento é pior do que o que acontecia durante o governo da direita do ex-presidente Nicolas Sarkozy, não se respeita as promessas de François Hollande”, critica o militante Jean Philippe.

A organização Médicos do Mundo, que acompanhava as condições sanitárias e sociais do acampamento, se diz “decepcionada” com a desocupação. “Na semana passada, tivemos uma reunião com a prefeitura de Saint-Priest para tentar encontrar soluções alternativas e a prefeita nos garantiu que não haveria expulsões aqui”, reclama uma integrante do organismo.

Na segunda-feira, a polícia desmantelou um acampamento de 70 ciganos em Evry, na região parisiense. De acordo com a Associação de Solidariedade com as Famílias dos Ciganos Romenos do Essonne, o grupo ocupava o local, atrás de um hospital abandonado, há quatro meses.

Na última semana, o governo francês prometeu flexibilizar o acesso ao mercado de trabalho para os romenos e búlgaros, principais nacionalidades dos ciganos. Para a França, a extinção dos acampamentos considerados ilegais “é uma questão sanitária”.