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Imprensa

Plano de Hollande pode trazer recessão e alta de desemprego, dizem economistas

As consequências para o governo, empresas e contribuintes franceses do plano do presidente François Hollande para o país equilibrar suas contas ilustram as manchetes dos jornais que circulam nesta terça-feira. Muitos especialistas ouvidos pela imprensa francesa criticam o aperto fiscal e alertam para os riscos que representa para o crescimento econômico do país.

Agencia de empregos francês o Pole Emploi
Agencia de empregos francês o Pole Emploi REUTERS/Eric Gaillard
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O Le Figaro anuncia em sua manchete que a classe média vai contribuir com uma boa parte da arrecadação prevista com o aumento de impostos. Nos cálculos do jornal conservador, 16 milhões de lares franceses vão pagar 2% a mais de imposto de renda no ano que vem. Em editorial, o Le Figaro acusa o presidente Hollande de falta de transparência já que por trás da polêmica decisão de taxar 75% dos rendimentos acima de 1 milhão de euros, o governo escondeu uma série de medidas que atingem fortemente a classe média francesa.

O Le Parisien se pergunta onde o governo francês vai economizar 10 bilhões de euros como prometeu Hollande. O jornal lembra que o valor representa uma gota d'água no total das despesas do estado, estimadas em 360 bilhões de euros. O ex-presidente Nicolas Sarkozy também tentou cortar gastos públicos mas sem o sucesso esperado, lembra o Le Parisien. A máquina do estado francesa é tão pesada e estática que dificulta qualquer plano de economias, avisa o jornal.

O Les Echos ouviu vários economistas e concluiu que a alta de impostos e o rigor previstos pelo presidente Hollande representam grandes riscos para o crescimento do país. O objetivo de reduzir o déficit público atual de 4,5% do PIB para 3% no ano que vem pode ter efeitos recessivos e aumentar o índice de desemprego, dizem os especialistas. Além disso, o governo também pode diminuir a margem de manobra fiscal necessária para melhorar a competitividade do país.

O L'Humanité destaca a entrevista do Prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiligtz, que critica duramente o recurso a planos de austeridade adotados por vários países europeus. Segundo Stiglitz, as políticas de extremo rigor conduzem sempre ao fracasso e a austeridade é um desastre.
 

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