Entre Obama e Romney, eleitores escolhem duas visões de um mesmo país

Mitt Romney ou Barack Obama? A escolha está difícil para os americanos, estima a imprensa francesa nesta terça-feira, dia em que os Estados Unidos vão decidir se o democrata fica na Casa Branca ou vai ceder seu lugar para a volta de um republicano ao poder.

Capa do jornal francês Libération desta terça-feira, 06 liberation.fr

Com uma foto do presidente Barack Obama olhando para o horizonte mas com o rosto completamente desfocado, o Libération escreve em sua manchete que o democrata vai embora ou ficar por mais quatros anos no cargo. Depois de um primeiro mandato marcado por uma grave crise, sua reeleição e vitória sobre Romney vai ser difícil, afirma o jornal. Em seu editorial, Libération diz que as pesquisas mostram um país dividido em duas metades praticamente iguais e duas visões dos Estados Unidos completamente antagônicas. O jornal avalia que Obama não soube defender o balanço de seu governo e não encarna mais a esperança de mudança de quatro anos atrás.

O Aujourd'hui en France traz um perfil dos dois protagonistas de uma eleição apertadíssima. Os eleitores vão escolher entre um político carismático, eloquente e que pouco mudou sobre suas convicções políticas, no caso de Obama, e um candidato com um currículo escolar brilhante, uma carreira profissional bem-sucedida e capaz de passar de uma postura moderada a um conservadorismo extremo, em referência à Romney.

Le Figaro dedicou várias páginas às eleições americanas com reportagens e análises e destaca o temor do país em ter um presidente que sai das urnas enfraquecido. Normalmente, o resultado da eleição nos Estados Unidos transforma o presidente eleito no homem mais poderoso do mundo, mas sem maioria no Congresso, desta vez, fica o sentimento de impotência, escreve o Le Figaro, lembrando que hoje os americanos também vão renovar a Câmara dos Representantes e parte do Senado. O jornal conservador afirma ainda que a França prefere o democrata Obama ao republicano Romney.

Para o diário econômico Les Echos, a taxa de participação dos eleitores, principalmente nos estados onde há mais indecisos, será fundamental para o resultado da votação. Ao concluir a análise dos programas dos dois candidatos, o jornal afirma que eles diferem principalmente em questões sociais e são surpreendentemente opacos sobre propostas econômicas.