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Estados Unidos/Eleições

Europeus preferem a reeleição de Barack Obama

A maioria dos eleitores e políticos europeus querem a vitória de Barack Obama nas presidenciais americanas por ele ser mais próximo dos valores europeus do que o republicano Mitt Romney, afirmou hoje o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. Governos como o da França não escondem a preferência pelo democrata e esperam a reeleição de Obama.

Os americanos estão divididos entre os dois candidatos; em compensação, os europeus preferem a reeleição do democrata Barack Obama.
Os americanos estão divididos entre os dois candidatos; em compensação, os europeus preferem a reeleição do democrata Barack Obama. REUTERS/Jason Reed, Brian Snyder/Files
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Por uma questão quase protocolar, o presidente francês, François Hollande, não manifestou apoio a nenhum dos dois candidatos à Casa Branca. Mas seus auxiliares declararam em seu lugar a preferência da França pelo candidato democrata. O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault disse explicitamente que se fosse americano votaria em Obama.

As boas relações entre Paris e Washington ficaram claras desde o início do mandato de Hollande. Recém-eleito, o socialista foi recebido por Obama na Casa Branca, demostrando que a decisão da França de retirar os soldados franceses do Afeganistão mais cedo que o previsto não havia prejudicado as relações bilaterais. O líder socialista e o democrata têm a mesma visão sobre a luta antiterrorista e a urgência do retorno das políticas de crescimento à Europa.

Ontem, durante um fórum na Ásia, Hollande comentou a principal preocupação dos franceses e do mundo em relação aos Estados Unidos. Na hipótese de uma vitória de Obama, disse o presidente francês, a questão é saber como ele vai negociar com o Congresso o refinanciamento da enorme dívida americana. Romney conta com a maioria republicana na Câmara dos Representantes, mas e Obama, o que ele vai fazer, questiona o líder francês. Se ele conseguir negociar esse impasse, haverá um crescimento mais forte nos Estados Unidos, diz Hollande, no fundo torcendo para que a economia americana volte a crescer e puxe com ela a fragilizada União Europeia.

Com menos exibicionismo do que o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que marcou os franceses pela simpatia exagerada por George W. Bush, no fundo o governo socialista de François Hollande segue a mesma linha de política externa que seu antecessor, pregando uma aliança com os Estados Unidos, mas sem alinhamento automático nas principais decisões internacionais, afirma hoje o jornal conservador Le Figaro.

Segundo uma pesquisa do instituto German Marshall Fund, os europeus elegeriam Barack Obama por mais quatro anos sem pestanejar, com 75% de votos contra apenas 8% para Mitt Romney. Nas duas maiores economias da Europa, Alemanha e França, a preferência da população por Obama chega aos 90%.

Democrata fez bom governo, diz Le Monde

Em editorial, o Le Monde diz que Obama gerenciou com competência a crise econômica nos Estados Unidos, sem medidas bombásticas, porém com iniciativas sólidas. Sua política econômica evitou uma recessão ainda maior no país, dando a ele a imagem de um centrista sério, afirma o Le Monde. Essa mesma prudência é visível nas ações de política externa do democrata: Obama fechou o parêntesis da guerra no Iraque, está próximo de sair do Afeganistão, demonstrou grande firmeza contra o terrorismo ao eliminar Bin Laden, mostra-se aberto à Primavera Árabe e gerenciou com sangue frio as difíceis relações com a Rússia e a China. "É a ação de um realista que não renunciou a todo idealismo", escreve o Le Monde. Enquanto isso, Mitt Romney vê o Estado como um inimigo, afima o jornal francês, e promete um retorno da desregulamentação financeira como no governo de Ronald Reagan nos anos 80. "O mundo precisa de um presidente americano mais constante", conclui o editorial.

 

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