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Imprensa

Jornais abordam aspectos políticos e sociais da visita de Dilma a Paris

Com enfoques diferentes, os jornais L'Humanité e Le Figaro abordam hoje a visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à capital francesa. O diário comunista ressalta os aspectos sociais dos discursos de Dilma, enquanto o diário conservador Le Figaro faz uma análise política das relações bilaterais.

A presidente Dilma Rousseff e o presidente francês, François Hollande.
A presidente Dilma Rousseff e o presidente francês, François Hollande. REUTERS/Eric Feferberg/Pool
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O diário comunista L'Humanité, mais focado nas questões sociais, diz que a presidente vem a Paris em busca de investimentos para reaquecer a economia brasileira. "Dilma quer acelerar o PAC 2 e combater as carências do Brasil em infraestrutura, habitação, educação, transportes, energia e serviços públicos", diz o L'Humanité. O Brasil, que vinha numa curva ascendente de crescimento desde o governo Lula, foi atingido em cheio pela desaceleração econômica mundial, comenta o jornal.

Já o Le Figaro privilegia o enfoque político da visita. Paris e Brasília defendem um novo modelo de crescimento baseado no progresso social, diz o Le Figaro, acrescentando que nos encontros que tiveram ontem o presidente François Hollande e Dilma sugeriram a criação de um conselho de segurança econômico, calcado no modelo do órgão guardião da paz na ONU, a fim de garantir uma nova governança mundial.

Os dois líderes progressistas, escreve o Le Figaro, querem construir juntos uma alternativa política ao liberalismo. Ao lado de Dilma, Hollande propôs que todas as decisões do G8 e do G20 considerem o impacto sobre o mercado de trabalho. Le Figaro comenta que Hollande e Dilma estão em sintonia com relação à Europa. Dilma criticou ontem a guerra cambial e os cortes radicais nos orçamentos dos países da zona do euro.

A austeridade compromete o crescimento e o bem-estar social, insiste a presidente brasileira. Segundo Le Figaro, a presidente brasileira defendeu a união bancária como única forma de superar as turbulências no bloco.

Le Figaro destaca, entretanto, que por trás desse discurso o Brasil é tentado pelo protecionismo e adotou 111 medidas protecionistas desde o início da crise em 2008. O jornal nota que na discussão sobre as soluções em estudo para resolver a crise europeia, Dilma se alia a Hollande e se distancia de Angela Merkel.

Barbosa para presidente do Brasil ?

Libération fala do Brasil, mas sobre o novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. É um cargo rotativo, mas faz bem ver um pouco de cor num Brasil excessivamente branco, afirma o jornal progressista, referindo-se ao fato de Barbosa ser o primeiro negro a chegar ao topo da hierarquia do Judiciário brasileiro.

A mestiçagem no Brasil, afirma o jornal, mascara o racismo e as discriminações sofridas pela metade da população brasileira, que tem suas origens na África. O Libération sublinha que o governo Dilma conta com um único ministro negro. Afirma ainda que Barbosa é popular nas redes sociais por seu combate à corrupção e daria um bom chefe de Estado.

Com relação à questão se o Brasil está pronto para ter um presidente negro, o Libé responde com uma ironia de Barbosa: "você acha que eu tenho a aparência física para esse cargo?"
 

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