Lobby pró-armas dos EUA se pronuncia após massacre de Newtown

A National Rifle Association, mais conhecida como NRA, vai realizar uma coletiva de imprensa na manhã dessa sexta-feira em Washington. Essa será a primeira vez que a poderosa organização norte-americana de lobby pró-armas vai se pronunciar após o massacre da escola primária Sandy Hook, em Newtown, na semana passada.

A venda legalizada de armas, como nessa loja na Califórnia, é tema de debates nos Estados Unidos. REUTERS/Gene Blevins

Carolina Cimenti, correspondente da RFI em Nova York

A National Rifle Association decidiu se pronunciar pela primeira vez desde o massacre ocorrido em Newtown na semana passada, que deixou 28 pessoas mortas, entre elas 20 crianças de seis e sete anos de idade. A partir das 11 horas da manhã, no horário de Washington, o presidente executivo da NRA, Wayne LaPierre, dará uma entrevista coletiva para a imprensa em um hotel localizado em frente da Casa Branca.

A NRA pretende apresentar suas contribuições para o debate público sobre o controle da venda de armas nos Estados Unidos. A associação alega querer evitar que massacres como o de Newtown se repitam. Mas a entidade também deve reforçar suas divergências à posição do presidente Barack Obama e da bancada democrata no Congresso, que propõem introduzir uma nova legislação para proibir a venda de armas semiautomáticas no país. Grande parte da regulamentação sobre armamento nos Estados Unidos é regida pelos governos estaduais, nível no qual a NRA tem ainda mais poder de penetração.

O lobby norte-americano pró-armas de fogo é famoso entre os cidadãos e políticos nos Estados Unidos. Com mais de 4 milhões de membros e representando um mercado que vendeu 3,5 bilhões de dólares em armamentos somente este ano, a NRA gastou mais de 17 milhões de dólares nas eleições presidenciais americanas, além de vários milhões nas eleições estaduais. Com tanto dinheiro e votos, a NRA é considerada a realeza do lobby em Washington.