Mais de 60 mil pessoas morreram devido ao conflito sírio, diz ONU

 O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos anunciou nesta quarta-feira que mais de 60 mil pessoas morreram vítimas do conflito sírio desde que a revolta iniciou, em março de 2011. A organização conta com um relatório de vítimas que contabilizou 59.648 mortos até o final de novembro e garante que este número vem aumentando sem trégua.

Soldados do Exército Livre Sírio lutam na fronteira norte de Aleppo nesta quarta-feira, nos arredores do aeroporto da capital econômica do país. REUTERS/Abu Muhammad Al-Azazi/Shaam News Network/Handout

De acordo com Navi Pillay, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, a quantidade de vítimas fatais na Síria já ultrapassou os 60 mil - um número superior ao contabilizado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que aponta 46 mil mortos.

"Considerando que o conflito continuou sem pausa desde o final de novembro, nós podemos supor que mais de 60 mil pessoas foram mortas até este começo de 2013", assegurou.

A cidade de Homs registrou o maior número de vítimas (12.560), seguida pela região de Damasco (10.862) e a província Idlib (7.686). Na sequência, chegam Deraa (6.034) e Hama (5.080).

Ao menos 30 pessoas morreram nesta quarta-feira em Damasco vítimas de um bombardeio aéreo das forças do regime de Bashar Al-Assad. De acordo com os rebeldes sírios, o ataque visou um posto de gasolina que acabava de ser abastecido.

Doze civis de uma mesma família morreram no incidente, a maioria deles eram crianças, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Eu contei ao menos 30 cadáveres", disse, Abu Said, um insurgente que chegou no local logo depois do bombardeio. Segundo ele, uma multidão havia se dirigido ao posto de gasolina após a chegada de um carregamento do carburante.

O OSDH também registrou outros bombardeios aéreos e terrestres na periferia de Damasco, que resultou em muitos mortos e feridos, embora os números de vítimas ainda não tenham sido divulgados.

Já na província de Idleb, exército sírio e rebeldes se confrontaram perto do aeroporto militar de Taftanaz. Soldados à bordo de helicópteros atiraram barris cheios de explosivos na localidade de Binneche. Na mesma província, outros combates foram registrados em Wadi Deif, um dos últimos bastiões dos militares sírios no noroeste do país.

Já ontem à noite, os bombardeios se concentraram nas províncias de Deraa, no sul, e na cidade de Aleppo, no norte, onde as violências continuavam nesta manhã.

Segundo o relatório de ontem do OSDH, 104 pessoas morreram ontem vítimas do conflito em todo o país, entre eles, 35 civis.