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Imprensa

França e Alemanha: um casamento difícil mas necessário

A celebração dos 50 anos da amizade entre França e Alemanha, formalizada pelo Tratado do Eliseu em 22 de janeiro de 1953, é o destaque principal da imprensa francesa desta terça-feira. Os jornais trazem um balanço dos momentos mais significativos desse longo período de história comum construído no pós-guerra.

Merkel e Hollande celebram 50 anos da reconciliação franco-alemã.
Merkel e Hollande celebram 50 anos da reconciliação franco-alemã. REUTERS/Kay Nietfeld/Pool
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Paris e Berlim comemoram 5 anos de uma amizade conturbada, resume o Les Echos em sua manchete. A edição do jornal econômico traz várias páginas com um histórico político e econômico entre as duas principais potências da Europa. Ao lado de uma foto do chanceler Konrad Adenauer e do presidente Charles de Gaulle formalizando o tratado, o jornal econômico destacou outro evento marcante: a decisão, tomada em março de 69, para a produção comum do avião Airbus.

O editorialista do Les Echos, Dominique Seux, afirma que o aniversário marca um ritual um pouco desgastado mal fiel ao objetivo de valorizar conquistas realizadas com muita luta. Mas a hesitação de Angela Merkel sobre a atitude a ser adotada sobre o Mali, onde a França lidera uma intervenção militar de combate a terroristas islâmicos, mostra bem o fosso que existe entre os dois países em questões como segurança, exemplifica o Les Echos.

Ilustrada com uma foto do presidente francês François Hollande ao lado de Angela Merkel, em silêncio, olhando para um local não definido, o Libération destaca em sua manchete que esse casal convive sem paixão alguma. Esse casamento está adormecido, brinca em tom sério o jornal. Libé diz que a celebração dos 50 anos do Tratado do Eliseu é uma ocasião para o casal franco-alemão procurar se renovar.

Em editorial, Libé afirma que é preciso encontrar uma estratégia durável porque a França não pode fazer nada, ou muito pouco, sem o sinal verde de seu poderoso vizinho germânico. Na opinião do jornal, o Tratado do Eliseu foi uma atitude visionária que transformou um ódio hereditário em uma amizade hereditária.

O L'Humanité aproveita a ocasião festiva para criticar as reformas sociais feitas pela Alemanha nos últimos dez anos, como a flexibilização do mercado de trabalho e a liberalização do sistema de aposentadorias. Esse modelo fracassou, segundo o jornal comunista. A queda do PIB nos últimos três meses de 2012 é o sintoma mais flagrante do impasse do modelo adotado pela Alemanha, acusa o L'Humanité.

 

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