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França prepara cortes de mais 5 bilhões de euros nos orçamentos dos ministérios

As difíceis escolhas do governo francês para reduzir os rombos das contas públicas, a situação financeira cada vez mais crítica de uma parte da população do país e a até a sequência da intervenção no Mali, que ficou esquecida nos últimos dias, ganharam as manchetes da imprensa francesa nesta segunda-feira (18).

Jérôme Cahuzac,  ministro francês do Orçamento.
Jérôme Cahuzac, ministro francês do Orçamento. REUTERS/Charles Platiau
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A esquerda diante do desafio da austeridade. Com essa manchete o conservador Le Figaro questiona as difíceis escolhas do governo socialista para controlar o déficit público. A perspectiva de cortes em programas sociais, na aposentadoria e até em associações locais como deseja o presidente François Hollande já desperta preocupações dentro do governo e até na maioria parlamentar, alerta o jornal.

Segundo o Le Figaro, o governo vai enviar aos ministérios cartas com messagens claras sobre o rigor orçamentário seis semanas antes do previsto. E as negociações de cortes com pastas como a da Ecologia e da Habitação devem ser bem tensas, prevê o Le Figaro.

Les Echos afirma que o governo vai impor aos ministérios um novo esforço para economizar entre 4 e 5 bilhões de euros além do que estava previsto anteriormente. A insatisfação é geral, constata o jornal econômico diante deste novo aperto de cintura no orçamento dos ministérios.

O problema é que os novos cortes nas despesas públicas não será suficiente para controlar o déficit e a França terá que apelar para uma nova revisão de impostos visando aumentar sua arrecadação. Segundo o Les Echos, o governo já estuda novas receitas fiscais para poder aplicar a partir do ano que vem.

Superendividados

O jornal Le Parisien afirma em sua manchete de hoje que a crise econômica não poupa as populações mais frágeis do país. Segundo o jornal, aumentou o número de mulheres vivendo sozinhas e os que tem mais de 55 anos que se transformaram em "superendividados".

Nos últimos 5 anos, o Banco da França recebeu mais de 1 milhão de dossiês de franceses que não conseguem mais pagar suas dívidas, de tão altas. O Le Parisien traçou um perfil dos que se encontram nesta situação: a grande maioria dos endividados, 78,6% pagam aluguel, têm salários baixos e 64,2% vivem sozinhos.

Mali

Mais de um mês após o conflito no Mali, o Libération questiona porque a intervenção francesa não é tão divulgada e sumiu dos noticiários. Praticamente sem imagens e com informações parciais, fica difícil fazer um balanço provisório da operação Serval, afirma o jornal.

Libération critica o controle das Forças Armadas francesas sobre o trabalmho jornalístico já só permitem aos jornalistas cobrir a guerra seguindo suas tropas, justificando os riscos de ataques dos radicais islâmicos. A França precisa se livrar de uma contradição, segundo o Libé: aplaudir a coragem dos jornalistas que cobrem grandes conflitos ao redor do planeta e impedí-los de trabalhar no Mali.
 

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