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EUA/ Déficit

Sem acordo no Congresso, cortes orçamentários nos EUA parecem inevitáveis

Por falta de um acordo no Congresso americano, cortes orçamentários no valor de 85 bilhões de dólares podem entrar em vigor nesta sexta-feira e acontecer ao longo dos próximos sete meses. Se nada for feito para impedir, mais de 750 mil pessoas podem perder seus empregos e prejudicar a já lenta recuperação econômica.

Se o presidente americano Barack Obama não conseguir um acordo no Congresso, cortes orçamentários entrarão em vigor nesta sexta-feira (1).
Se o presidente americano Barack Obama não conseguir um acordo no Congresso, cortes orçamentários entrarão em vigor nesta sexta-feira (1). REUTERS/Kevin Lamarque
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

Nessa quinta-feira os senadores até tentaram, mas não conseguiram aprovar duas medidas alternativas – uma democrata e uma republicana - para substituir os cortes de gastos. Os deputados nem tentaram e foram embora de Washington. O presidente Barack Obama tem até 11h59 da noite de hoje para emitir uma ordem que coloque os cortes em vigor.

Temendo o que pode ser devastador para a economia americana, segundo o governo, o presidente convocou um encontro de última hora com os líderes do Congresso. Obama e os republicanos, John Boehner e Mitch McConnell, e os democratas, Nancy Pelosi e Harry Reid, vão sentar juntos nessa sexta-feira para tentar encontrar um entendimento sobre o orçamento e evitar esses cortes.

Obama deve falar que a classe-média não pode pagar pela disfunção em Washington e lembrar que o Congresso precisa fazer o que os líderes dos dois partidos já sugeriram antes: cortar gastos e ao mesmo tempo eliminar incentivos fiscais dos mais ricos. O entrave está na questão dos impostos. O governo não está disposto a desistir de taxar mais aqueles com mais renda. E os republicanos não aceitam aumentar mais os impostos.

No entanto os parlamentares não parecem ter pressa para negociar. Eles sabem que podem agir depois para desfazer qualquer redução de gastos. Além disso, alguns republicanos e até democratas não estão totalmente descontentes com certos cortes porque afirmam que o objetivo principal é reduzir o déficit público.

Esses cortes de gastos automáticos foram aprovados por democratas e republicanos em 2011 como um mecanismo para forçar um acordo para reduzir o déficit do país. Enquanto um joga a responsabilidade para o outro, o povo americano está cada vez mais frustrado. Segundo uma pesquisa do Washington Post e da ABC, 67% dos americanos desaprovam a maneira como os republicanos estão lidando com os gastos federais e 52% desaprovam os esforços do presidente.

Insatisfação que pode aumentar ainda mais quando os americanos começarem a perder seus empregos, seus salários foram reduzidos, as filas nos aeroportos aumentarem, os serviços públicos diminuírem e a defesa nacional tiver menos recursos para proteger o país. Resta saber quem eles vão culpar quando isso acontecer.
 

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