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França/Nuclear

Jornais analisam consequências do desastre de Fukushima para indústria nuclear

A imprensa francesa analisa nesta segunda-feira as consequências da catástrofe de Fukushima, que fez o mundo se questionar sobre o uso da energia nuclear. enquanto Libération lamenta que a energia nuclear ainda seja onipresente, Les Echos aponta as medidas necessárias para desenvolver a exploração desse tipo de energia apesar da relutância da opinião pública.

Os jornais franceses desta segunda-feira, 11 de março de 2013, comentam as consequências da catástrofe de Fukushima, que completa dois anos.
Os jornais franceses desta segunda-feira, 11 de março de 2013, comentam as consequências da catástrofe de Fukushima, que completa dois anos.
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Libération lamenta que dois anos após a catástrofe japonesa, "a energia nuclear ainda seja onipresente". Em seu editorial, o jornal progressista afirma que o mundo não aprendeu a lição.

Libération admite que não se pode preconizar seriamente uma paralisação imediata de todas as centrais nucleares, mas aponta que é necessário reforçar a segurança, investindo na pesquisa para desenvolver reatores mais resistentes às catástrofes naturais.

A longo prazo, a solução seria substituir a energia nuclear, ao menos em parte, por fontes de energia alternativas. "Fukushima levantou questões fundamentais que políticos, industriais e cientistas não podem deixar de lado. Cabe a eles dar respostas", conclui Libération. O jornal também traz hoje um caderno especial sobre energias renováveis, com destaque especial para o hidrogênio.

Já o diário econômico Les Echos tem outro tom: "Dois anos depois, Fukushima ainda freia o nuclear no mundo". Em seu editorial, o jornal alerta que a falta de transparência sobre as condições de segurança das usinas nucleares pode fazer com que a opinião pública pressione os governos para abandonarem esse tipo de energia, como já aconteceu na Itália, na Alemanha e na Suíça.

Les Echos diz que os industriais do setor devem mudar de atitude, revisar os sistemas de segurança e fornecer mais informações sobre as condições de funcionamento das usinas para fazer com que a energia nuclear seja aceita pela população, particularmente na França.

Com a manchete "Dois anos depois, as feridas de Fukushima", La Croix traz reportagens sobre o trauma que os japonses ainda vivem. O jornal católico lembra que 315 mil pessoas desalojadas pela catástrofe ainda vivem em situação precária e publica um relato de sua correspondente no Japão, que visitou a usina nuclear de Fukushima Daiichi e testemunhou as duras condições de trabalho no local.

Popularidade

As pesquisas de opinião mais recentes mostram que os franceses não estão muito satisfeitos com esses primeiros meses do governo de François Hollande. O diário conservador Le Figaro se aproveita disso para exigir em seu editorial que o presidente pare de temporizar e diga a verdade sobre a crise e as medidas de austeridade necessárias para enfrentá-la.

Do outro lado do espectro político, Libération comenta que a visita de dois dias que Hollande inicia hoje na região da Borgonha faz parte de uma estratégia para reconquistar a confiança dos franceses. E lembra que na história recente da França, os chefes de Estado sempre perderam popularidade em períodos de crise e alta do desemprego.

Outra lição que pode ser tirada da história é ainda mais desanimadora para o executivo, aponta Libération: uma vez que um presidente ou primeiro-ministro se torna impopular, ele permanece com essa imagem negativa até o final de seu mandato.

 

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