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Crise/ UE

Chipre receberá ajuda europeia de 10 bilhões de euros

A zona do euro e o FMI chegaram neste sábado a um acordo sobre um plano de salvamento de 10 bilhões de euros para o Chipre. O programa de assistência financeira inclui uma taxa sobre poupanças em bancos cipriotas, uma retenção dos rendimentos destes depósitos e aumento de impostos. O Chipre é o quinto país da zona do euro a recorrer a um programa de ajuda internacional.

Pessoas diante de um banco 24 horas em Nicósia, neste sábado (16).
Pessoas diante de um banco 24 horas em Nicósia, neste sábado (16). Reuters
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O montante da ajuda é bem menor que os 17,5 bilhões de euros citados em princípio pelo país e inferior ao desembolsado por Grécia, Portugal, Irlanda e o setor bancário espanhol. O acordo foi acertado após 10 horas de reunião entre os ministros de Finanças da zona do euro, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. O FMI deve participar com 1 bilhão de euros.

O Chipre teria renunciado ao perdão da dívida, que causaria duras perdas aos credores privado, mas se comprometeu a aplicar uma polêmica taxa sobre poupanças e contas correntes. O valor será de 6,75% sobre todos os depósitos bancários abaixo de 100.000 euros e de 9,9% acima deste montante. Uma parte dos rendimentos das contas também ficaria retida na fonte.

O acordo também inclui um aumento dos impostos sobre as empresas que passará de 10 a 12,5%.

Cortes

O ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, defendeu o plano previsto em troca do salvamento financeiro de seu país, afirmando que ele “evitaria cortes nos salários e aposentadorias”. Sarris precisou que em troca, os clientes dos bancos receberão ações. “Eles serão 100% compensados”, afirmou.

Ele precisou que o Parlamento do Chipre deve votar no domingo a instauração da taxa que começará a ser aplicada na terça-feira. Sarris disse que as autoridades do país tomaram as medidas necessárias para que os clientes dos bancos não possam retirar suas economias durante o fim de semana. A taxa deve ser aplicada a todos os residentes da ilha, inclusive estrangeiros.

Nas redes sociais, os protestos se multiplicaram desde as primeiras horas de sábado. Logo após o anúncio, filas se formaram diante dos bancos para retirar dinheiro nos caixas automáticos. Mas segundo autoridades, as taxas não podem ser retiradas e já estão bloqueadas.

O imposto deve arrecadar 5,8 bilhões de euros, segundo o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

Ajuda financieira

O Chipre pediu em junho uma ajuda financeira à UE e ao FMI para recaptalizar seus dois principais bancos, afundados pela crise grega. Mas o empréstimo de 17,5 bilhões de euros, o equivalente ao PIB do país, foi recusado, pois os credores temiam o não reembolso da soma e que a dívida chegasse a níveis insustentáveis, uma vez a ajuda concedida.

O país também aceitou se submeter a uma auditoria sobre a lavagem de dinheiro, exigida pela Alemanha antes de aceitar concedera a ajuda. A investigação começou nesta semana e os resultados devem ser conhecidos no fim de março.

Para se beneficiar rapidamente da ajuda o ministro das Finanças cipriota, Michalis Sarris, também deve pedir na segunda-feira, em Moscou, que a Rússia conceda um prolongamento do prazo de reembolso do empréstimo se 2,5 bilhões de euros, que deve vencer em 2016 e discutir como a Rússia poderá contribuir com o plano de salvamento.
 

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