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Aprovar o casamento gay foi um parto difícil, diz o Les Echos

Não podia ser diferente. Os jornais de hoje destacam em suas manchetes a aprovação do casamento e da adoção para casais do mesmo sexo na França. A lei foi adotada e ponto, resume o jornal Aujourd'hui en France. O comunista L'Humanité escreve "vamos casar logo os gays", enquanto o diário conservador Le Figaro questiona se o Conselho Constitucional ainda pode censurar algum artigo do texto aprovado pelo parlamento.

Saget / AFP
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É provável que o Conselho Constitucional não censure o projeto, porque já foi consultado recentemente sobre o assunto e deu um parecer explicando que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é matéria constitucional e sim um tema de legislação ordinária.

O Le Figaro, praticamente a única voz na grande imprensa ostensivamente contra o casamento gay, tenta atingir o governo de François Hollande de todas as formas. Em editorial, afirma que o presidente socialista encontrou um assunto de diversão, enquanto a França "atravessa uma grave crise econômica comparável ao movimento que levou à Revolução Francesa em 1789 e ao crash dos anos 30". Le Figaro diz que o casamento para todos não era a resposta que os franceses esperavam do presidente da República diante do medo que têm atualmente de perder seus empregos.

O diário especializado em economia Les Echos comenta que a única reforma de sociedade do programa de François Hollande, além da reforma sobre a eutanásia, ainda nas gavetas, foi um parto difícil. Segundo o jornal, o presidente não via a hora de virar a página, acabar com esse debate, sentindo que os franceses estão cheios de discutir um assunto que afeta uma parcela ínfima da população, enquanto a crise econômica se agrava e o governo parece paralisado em sua ação.

Em seu editorial, o comunista L'Humanité expressa grande alegria pela aprovação da lei. "Finalmente, todos os franceses têm os mesmos direitos civis assegurados." Esta vitória, "arrancada dos obscurantismos", segundo o L'Humanité, é fundamental para os casais homoafetivos e suas famílias.

O progressista Libération descreve o entusiasmo que tomou conta dos parlamentares na Assembleia quando o presidente da Casa declarou que o projeto de lei tinha sido aprovado. Todos de pé, aplaudindo, gritavam em coro: Igualdade, Igualdade, Igualdade, afinal um dos lemas do país mais admirados mundo afora.

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