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Imprensa francesa

Dia dos trabalhadores terá 280 passeatas na França

Na véspera do 1° de maio, os jornais destacam que a festa dos trabalhadores será marcada este ano pela rejeição à política de austeridade do presidente François Hollande e à reivindicação por mais empregos, no momento em que a França ultrapassou 10% de desempregados.

O desfile do 1° de Maio, também conhecido como festa dos trabalhadores, é uma manifestação importante que toma as ruas das principais cidades da França anualmente.
O desfile do 1° de Maio, também conhecido como festa dos trabalhadores, é uma manifestação importante que toma as ruas das principais cidades da França anualmente. AFP PHOTO / JEAN-PIERRE CLATOT
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O diário comunista L'Humanité publica os resultados de uma sondagem que revela que defender o emprego é a maior preocupação dos franceses na atualidade. Um ano após a eleição do governo socialista, as manifestações programadas pelos sindicatos em todo o país vão lembrar o governo que as expectativas de mudança do eleitorado até hoje não foram satisfeitas. Segundo uma pesquisa CSA para o jornal comunista, 57% dos franceses consideram que a defesa do emprego deve ser uma prioridade para os sindicatos. Logo em seguida vem a manutenção do poder de compra, que concentra 47% das preocupações, e em terceiro lugar a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

O liberal Les Echos conta que o 1° de maio de 2013 vai marcar uma ruptura entre as duas maiores centrais sindicais francesas, CGT e CFDT. Pela primeira vez desde 2007, as duas entidades não desfilarão juntas, devido a divergências de abordagem em relação à crise econômica e ao governo socialista. A CGT, totalmente de esquerda, critica o governo Hollande, enquanto a reformista CFDT prega o diálogo social nas negociações entre patrões, governo e trabalhadores. Na última sexta-feira, em uma carta endereçada a Hollande, a CGT deu o tom de suas passeatas no 1° de maio, dizendo que a distância entre as promessas de campanha do socialista e sua ação no governo está cada vez maior. A CGT exige na carta a ruptura com as políticas de rigor, e avisa que os trabalhadores vão manifestar nas ruas o repúdio à austeridade. Em Paris, a passeata sai da praça da Bastilha em direção à Nation.

La Croix também destaca a divisão entre os sindicatos, lamentando que no momento em que 5 milhões de franceses procuram um emprego, e teriam tudo para lutar juntos pelo interesse comum, eles vão desfilar desunidos. O diário católico explica a razão dessa fratura: o recente acordo de flexibilização do trabalho proposto pelo Executivo e votado no parlamento. CGT e Força Operária (FO) foram contra, enquanto os sindicatos reformistas CFDT, CGC e Unsa defenderam a reforma.

O diário conservador Le Figaro diz que Hollande vai enfrentar várias manifestações em maio. No dia 1° estão programados os desfiles dos sindicatos e do partido de extrema-direita Frente Nacional, que todo ano usa a data para homenagear a heroína Joanna D'Arc. No dia 5, o líder da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, reúne seus simpatizantes nas ruas contra a austeridade. E para completar, no dia 26, os anticasamento gay voltam às ruas.

Em sua manchete, o Libération envia um sinal de alerta a Hollande: cuidado com Marine Le Pen. Contrariamente a seu pai, a líder de extrema-direita, muito popular nas pesquisas, tem feito campanha entre os trabalhadores mais pobres e pode surpreender nas eleições municipais de 2014.

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