Europa condena Ucrânia por prisão ilegal de Timochenko
A Corte Europeia de Direitos Humanos condenou a Ucrânia nesta terça-feira, dia 30 de abril, pelas condições de detenção impostas à ex-primeira-ministra Iulia Timochenko, que cumpre pena de sete anos por abuso de poder, um processo político. Para a Corte Europeia, a líder da revolução democrática de 2004, foi vítima de detenção arbitrária durante o período de prisão preventiva.
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A ex-premiê de 52 anos, que está presa desde 2011, se disse “feliz” nesta tarde com a decisão da Corte Européia de Direitos Humanos, que condena a Ucrânia pela prisão ilegal da ucraniana. “Hoje é um dia importante para mim”, disse ela, através de um comunicado.
Os juízes europeus consideraram que a prisão provisória da ex-primeira-ministra foi arbitrária porque aconteceu durante “um período indeterminado”. Além disso, a Corte afirmou que Timochenko não pode contestar a legalidade de sua detenção.
Outro ponto ressaltado em favor da ex-premiê foi o motivo de sua prisão. O Tribunal Europeu acreditam que sua detenção foi motivada pela liderança de um dos principais partidos da oposição ucraniana. Vários observadores na Ucrânia e em outros países consideraram que Timochenko sofreu “perseguição de caráter político”, avaliaram os juízes.
O advogado Serguei Vlasenko, fez um apelo ao presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, para que sua cliente seja liberada “imediatamente”. “Eu peço para o presidente aplicar esta decisão. E a única maneira de fazê-lo é liberando Timochenko imediatamente”, disse.
Yevgenia, a filha da ex-premiê, que também luta por sua liberação, disse que a avaliação da Corte Européia dos Direitos Humanos é uma “primeira vitória”.
Timochenko, de 52 anos, foi duas vezes primeira-ministra da Ucrânia antes de perder as eleições presidenciais em 2010. Em outubro de 2011, ela foi julgada e condenada a sete anos de prisão por abuso de poder nas negociações de um acordo de gás entre Rússia e Ucrânia.
O presidente Viktor Yanukovich se nega a pedir sua libertação alegando que a ex-premiê deve ser julgada em um caso de evasão fiscal e acusações de peculato. Além disso, a oponente também está sendo investigada em um caso de assassinato.
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