União Africana lança força militar de intervenção rápida
Reunidos na cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia, os países-membros da organização decidiram lançar uma força de intervenção militar rápida para conflitos no continente. O anúncio foi feito hoje.
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Hailemariam Desalegn, primeiro-ministro da Etiópia, país anfitrião do encontro, declarou à imprensa que essa “é uma decisão histórica” e que vários países já se ofereceram para participar. O projeto de criação de uma força africana para intervenções urgentes já existe há mais de uma década. A lentidão no processo alimentou a desconfiança da comunidade internacional da capacidade africana de resolver seus conflitos internos sem ajuda estrangeira. O projeto discutido nesta segunda-feira pretende mostrar, porém, que a África tem condições de superar seus próprios problemas.
A força, batizada de Capacidade Africana de Resposta Imediata, será formada pela adesão voluntária dos exércitos nacionais, doações de material bélico e de recursos dos países com condições econômicas. Numa segunda fase, um efetivo permanente deverá ser constituído para atuar imediatamente em crises e situações urgentes que ameacem a paz e a segurança africanas. Essa decisão "visa a contribuir com soluções africanas para problemas africanos”, diz documento.
Os golpes de Estado no Mali e na Guiné Bissau, a escalada dos radicais islâmicos no norte da África e na Nigéria e a crise entre rebeldes e governo na República Democrática do Congo são apenas alguns dos exemplos de conflitos que necessitariam da intervenção de forças africanas.
Em seu discurso no último sábado durante o Jubileu de Ouro da União Africana, o presidente francês, François Hollande, convidou os representantes africanos a participarem de uma reunião de cúpula sobre a segurança africana em Paris. A data para a reunião foi marcada para os dias 6 e 7 de dezembro deste ano. O comissariado para a Paz e a Segurança da União Africana elogiou a iniciativa, mas enfatizou que o encontro deverá ressaltar que a África “é a principal responsável” pela resolução de conflitos no seu território.
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