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Turquia/Protestos

Turquia enfrenta nova madrugada de protestos contra o governo

Novo dia de protestos na Turquia contra os abusos de poder e o estilo autoritário do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. A madrugada foi violenta com novos confrontos entre manifestantes e policiais em várias localidades do país. Em Istambul, ativistas ocuparam a praça Taksim até o raiar do sol e novas manifestações estão previstas para a tarde e a noite.

A Turquia enfrenta nova madrugada de protestos contra o governo.
A Turquia enfrenta nova madrugada de protestos contra o governo. REUTERS/Umit Bektas
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Andrei Netto, de Istambul, enviado do jornal "O Estado de São Paulo" especial para a RFI

No sul da Turquia, um manifestante de 22 anos morreu, nesta segunda-feira, baleado durante um protesto contra o governo em Antáquia,  perto da fronteira com a Síria. As principais cidades da Turquia enfrentaram mais uma madrugada de protestos e de choques entre a polícia e manifestantes insatisfeitos com o que chamam de guinada autoritária do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. Foi o sétimo dia do movimento, que teve início na praça Taksim, um dos marcos históricos de Istambul.

O objetivo inicial dos jovens era levar o governo a recuar sobre um projeto urbano que prevê a destruição de um parque para a construção de um shopping center e a reconstrução de uma caserna militar histórica, demolida há 80 anos. Depois do início dos choques com a polícia, porém, o protesto se voltou contra Erdogan. Ontem o governo turco confirmou a primeira morte, mas há informações de que pelo menos dois manifestantes já morreram em função dos enfrentamentos.

Durante a madrugada, houve novos confrontos em cidades como Istambul, Ancara, a capital, Izmir e Antáquia, onde os jovens enfrentaram com máscaras de gás e máscaras cirúrgicas a ofensiva das tropas de choque da polícia, que usam grandes quantidades de gás lacrimogêneo para dispersar os ativistas.

Em Istambul, a praça Taksim e todas as ruas adjacentes foram tomadas mais uma vez ontem. Barricadas foram montadas para impedir a circulação de veículos, em especial da polícia. Durante toda a noite houve incidentes. Mesmo em locais abertos, como a praça, sentia-se a ardência do lacrimogêneo nos olhos, na garganta e nas vias respiratórias. Para se proteger, muitos jovens prepararam sprays de leite, com o qual socorreram os mais atingidos.

Hoje pela manhã, a praça Taksim está praticamente vazia. Isso não significa, porém, que os protestos tenham sido encerrados. A perspectiva é de novas manifestações hoje à noite. De sua parte, Erdogan deixou claro ontem que não tem a intenção de renunciar. “Esse é um protesto organizado por elementos extremistas”, disse o primeiro-ministro. “Não daremos nada àqueles que andam de braços dados com o terrorismo.”

Enquanto Erdogan resiste, a economia sofre. A Bolsa de Ancara caiu ontem mais de dez pontos, e a lira, a moeda turca, atingiu o menor valor em relação ao dólar em 16 meses.

 

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