Brasil dá passo atrás na guerra das moedas, diz Les Echos

O diário econômico Les Echos critica a decisão do governo brasileiro de zerar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. A alíquota em vigor era 6%.

Flickr/ Marco Pajola

O jornal econômico diz que o Brasil deu um passo atrás, principalmente depois de lutar durante vários meses na cena internacional contra os estragos da guerra cambial, a famosa guerra das moedas. O Les Echos entende que a medida foi adotada para sinalizar aos mercados que o objetivo do governo é manter o real estável, mas o problema é que todo recuo é visto pelos investidores como um fracasso na política monetária, afirma o Les Echos.

O analista Gustavo Rangel, do ING, entrevistado pelo Les Echos, declara que acelerar o ritmo de alta dos juros e ao mesmo tempo zerar o IOF é um gesto audacioso e surpreendente, que deverá permitir ao real se manter mais competitivo em relação às demais moedas latino-americanas. O fechamento do dólar nesta quarta-feira mostrou que o real ganhou 1,5%, nota o Les Echos, mas o jornal acredita que os benefícios da medida relativa ao IOF serão temporários.

O jornal francês explica que a principal preocupação do Banco Central atualmente é segurar a inflação e estimular o crescimento econômico. E acha que as autoridades monetárias brasileiras vão intervir sempre que necessário para que a cotação dólar/real se estabilize na faixa de 1,95 a 2,03 reais.