Ministro português das Relações Exteriores anuncia demissão
O ministro português das Relações Exteriores, Paulo Portas, pediu demissão no final da tarde desta terça-feira, um dia após a renúncia do ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Em pronunciamento, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, recusou aceitar a decisão “diante da ameaça de instabilidade política que ela gera”.
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Para Passos Coelho, acatar a renúncia de Portas seria como “varrer os dois anos de sacrifício”, disse referindo-se às políticas de austeridade que o país enfrenta desde 2011 para tentar colocar fim a uma grave crise econômica. “Eu não abandonarei meu país. Trabalharei a serviço dele com o mesmo engajamento”, completou.
A saída de Portas, chefe do partido conservador CDS-PP, aliado do partido social democrata de Passos Coelho, no poder há dois anos, balançou o governo português. Esta aliança permite à coalizão de contar com uma maioria confortável no Parlamento – o que é indispensável para a aplicação das medidas de rigor impostas pelos credores de Portugal em troca do plano de ajuda internacional.
Há vários meses, o ministro português das Relações Exteriores se posiciona contra as políticas de austeridade. Em recessão desde 2011, a economia do país deve recuar 2,3% este ano, enquanto o desemprego deve atingir o índice recorde de 18,2%.
Portas estava encarregado de apresentar à “troika” de credores (representado pela União Européia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) uma reforma do Estado que fosse capaz realizar uma economia de 4,7 bilhões de euros até 2014.
No anúncio de sua demissão, ele ressaltou ser contra a nomeação de Maria Luis Albuquerque - personalidade conhecida por sua defesa das políticas de rigor orçamentário -, para a pasta das Finanças, abandonada nesta segunda-feira por Vitor Gaspar.
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