Acesso ao principal conteúdo

Domésticas vão se tornar "luxo" no Brasil, diz o Libération

As mudanças provocadas pela melhoria das condições econômicas no Brasil, e as novas exigências da sociedade, continuam chamando a atenção da imprensa francesa. Na sequência das reportagens sobre os protestos pela ampliação dos serviços públicos, hoje o diário progressista Libération aborda a nova legislação das domésticas, que melhorou as condições de trabalho de milhares de trabalhadoras.

Estimativas recentes da organização mostram que existem cerca de 52,6 milhões de trabalhadores domésticos no mundo.
Estimativas recentes da organização mostram que existem cerca de 52,6 milhões de trabalhadores domésticos no mundo. Reuters
Publicidade

A partir de uma reportagem em bairros chiques de São Paulo, o Libération conta que as domésticas brasileiras, em sua maioria negras, trabalham "a serviço dos brancos ricos", fazendo jornadas diárias de até 12 horas, por salários módicos. A babá Maria Ofelina, entrevistada na rua Oscar Freire, nos Jardins, conta que faz essa jornada em troca do salário de 460 reais por mês.

As domésticas brasileiras acumulam tarefas, escreve com certo espanto o Libération: elas fazem faxina, lavam e passam roupa, fazem compras, levam os cachorros para passear, um trabalho estenuante, diz o jornal, que o Senado limitou a 8 horas por dia, como acontece com o restante da classe trabalhadora brasileira. Depois de entrevistar várias domésticas, o Libération constata que para elas a aprovação da nova legislação representa o "início do fim da escravidão". Luzia, uma empregada de 41 anos, reclama na reportagem das humilhações que sofre da patroa.

O jornal destaca que o Brasil é o país do mundo com o maior número de empregadas, 6,7 milhões de trabalhadoras, e registra um dado curioso: só 2% das casas brasileiras são equipadas com lava-louças. "Um eletrodoméstico que tem um belo futuro pela frente, agora que as domésticas não vão mais estar à disposição a qualquer hora para lavar a louça", diz o Libé.

Brics desaceleram

O Brasil também é destaque no Le Figaro, que comenta as novas previsões do FMI para os países emergentes. Ontem, o FMI alertou para a alta da inflação no Brasil e reduziu a previsão de crescimento do país, que não deve passar de 2,5% em 2013 (-0,5% em relação à última previsão) e 3,2% em 2014 (0,8% a menos do que o esperado).
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.