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Egito/Governo de Transição

Governo de transição do Egito nomeia um economista e um Nobel da Paz

Um dia depois de o exército matar 51 pessoas e ferir outras 435 que protestavam diante do quartel da Guarda Republicana, no Cairo, o presidente interino do Egito, Adly Mansur, divulgou nomes para altos cargos do governo de transição. O economista Hazem al-Beblawi assume como primeiro-ministro e o prêmio Nobel da Paz, Mohamed el-Baradei, acumula as funções de vice-presidente e encarregado das Relações Internacionais.

Mohamed El-Baradei (e) conversa com o presidente interino Adly Mansur no Cairo, no dia 06 de julho
Mohamed El-Baradei (e) conversa com o presidente interino Adly Mansur no Cairo, no dia 06 de julho REUTERS
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Antigo ministro das Finanças, Beblawi é um liberal de 76 anos que terá a missão criar as bases para a recondução da economia que está à beira da falência, principalmente por causa das quedas do turismo, dos investimentos estrangeiros e das reservas em divisas. O que pode facilitar o trabalho do novo ministro é a promessa de que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos fizeram nesta terça-feira de conceder uma ajuda financeira conjunta de US$ 8 bilhões ao governo de transição egípcio.

Por enquanto, ele busca mostrar sua disposição em trabalhar com todas as forças políticas. De acordo com o porta-voz da presidência, Ahmed al-Muslimani, Beblawi oferecerá postos no governo ao Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana.

A escolha por Beblawi acontece depois de vários dias de discussões e da saída do al-Nour, principal partido salafista, que apoiou o golpe militar ao lado de vários movimentos de maioria laica. Apesar de não participar mais das discussões, o al-Nour declarou não se opor à indicação de Beblawi, mas não vê El-Baradei com bons olhos. O que motivou a retirada foi o que o partido classificou como "massacre" de membros da Irmandade Muçulmana na última segunda-feira.

Hoje, enquanto aconteciam os velórios das vítimas por todo o país, o clima era de tensão. A Irmandade Muçulmana acusou o exército de abrir fogo contra pessoas que rezavam e conclamou seus militantes a um levante completo. A guarda republicana se defendeu, dizendo que cerca de 650 revoltosos tentaram invadir o quartel. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Badr Abdelatty, eles estavam armados de pistolas e submetralhadoras.

Transição democrática

Na noite da última segunda-feira, Adly Mansur havia anunciado a organização de eleições legislativas até o início de 2014, além da criação de uma nova Constituição, que deve ser levada a referendo antes da eleição presidencial. e Washington, o porta-voz da Casa Branca Jay Carney, disse que os Estados Unidos encaram o calendário eleitoral de Adly Mansur com entusiasmo moderado.

 

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