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França/Economia

Jornais se perguntam se a França saiu mesmo da recessão

A boa notícia de que a França saiu da recessão é destaque nas manchetes de jornais e sites de informação franceses nesta quinta-feira. Com a ajuda de especialistas, eles analisam os números divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos da França.

Números divulgados nesta quarta-feira, 14 de agosto de 2013, pelo instituto nacional de estatística indicam que a economia francesa voltou a crescer, mas os especialistas se perguntam se a tendência vai se confirmar nos próximos meses.
Números divulgados nesta quarta-feira, 14 de agosto de 2013, pelo instituto nacional de estatística indicam que a economia francesa voltou a crescer, mas os especialistas se perguntam se a tendência vai se confirmar nos próximos meses. getty images
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O jornal Aujourd'hui en France se pergunta se esse bom desempenho é provisório ou vai continuar nos próximos meses, dizendo que os especialistas estão divididos sobre isso e que os franceses ainda não veem os efeitos dessa retomada do crescimento.

O anúncio, nesta quarta-feira, de um inesperado aumento do crescimento francês da ordem de 0,5% no segundo trimestre confirma as declarações otimistas do governo socialista. Segundo Aujourd'hui en France, essa notícia veio a calhar para o presidente François Hollande, que terá mais facilidade para convencer os franceses a aceitarem novos sacrifícios. Ela também veio na hora certa para desviar a atenção da guerra de nervos entre dois ministros do governo.

Mas o jornal afirma que os números do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos devem ser relativizados. Isso porque a França se insere em um movimento geral de saída da recessão na Europa. E também porque esse crescimento aconteceu graças a uma frágil retomada do consumo, reforçada por uma inflação nula e uma pequena queda nos preços.

Ao mesmo tempo, a França perdeu quase 28 mil empregos somente nesse segundo trimestre. "Esse é o verdadeiro desafio de Hollande: restabelecer a economia de maneira sustentável para um crescimento de 1,5% em 2014. Abaixo desse limite, segundo os especialistas, a queda do desemprego não passa de ilusão", diz Aujourd'hui en France em seu editorial. O jornal também alerta que o crescimento passa por "reformas dolorosas".

O progressista Libération também tem uma manchete em forma de pergunta no seu site: "Crescimento: fogo de palha ou saída da crise?". O diário entrevistou vários especialistas e integrantes do governo para tentar responder a essa pergunta, mas as opiniões se dividem.

O tom geral é de pessimismo e prudência. Os especialistas também apontam que esse crescimento inesperado dificilmente é um resultado direto das políticas econômicas do governo de Hollande, como alegou o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault ontem, mas está mais ligado a uma dinâmica europeia.

Em seu site, o conservador Le Figaro também se mostra prudente. Para o jornal, o importante agora é "criar condições favoráveis para que as empresas voltem a investir e a criar empregos. Uma condição necessária para inverter a curva do desemprego, que passa sobretudo por reformas de apoio à competitividade da economia".

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