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Síria/armas químicas

Bombardeios com suposta utilização de gás tóxico deixam mais de 100 mortos em Damasco

Mais de 100 pessoas morreram em um ataque que pode ter utilizado gás neurotóxico, em uma violenta operação realizada pelo exército sírio, na região de Ghouta, no leste de Damasco, na manhã desta quarta-feira, dia 21 de agosto. As informações sobre as vítimas foram obtidas em vários centros médicos da região, que registraram dezenas de mulheres e crianças entre os mortos.

Ativistas sírios inspecionam corpos de vítimas do ataque do governo sírio desta manhã, dia 21 de agosto, na região de Damasco, no qual rebeldes afirmam que foi utilizado gás neurotóxico.
Ativistas sírios inspecionam corpos de vítimas do ataque do governo sírio desta manhã, dia 21 de agosto, na região de Damasco, no qual rebeldes afirmam que foi utilizado gás neurotóxico. REUTERS/Bassam Khabieh
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As ofensivas atingiram os bairros de Ain Tarma, Zamalka e Djobar. A área é dominada pela rebelião que luta contra o regime do presidente Bashar al-Assad há quase dois anos e meio. A Comissão Geral da Revolução Síria postou no canal de vídeos Youtube imagens que ilustram o massacre. De acordo com os rebeldes, 1.300 pessoas teriam morrido nos bombardeios.

A televisão estatal emitiu um comunicado do exército sírio pela manhã que nega ter utilizado subtâncias químicas nos ataques. “As alegações são completamente infundadas”, anunciou o governo. “As informações emitidas por 'grupos terroristas' são uma tentativa de esconder seus fracassos no conflito e refletem o estado de histeria no qual eles se encontram”, afirmou.

Os bombardeios acontecem três dias depois da chegada a Damasco de mais de 10 investigadores da ONU, encarregados de examinar a utilização de armas químicas no conflito sírio. O objetivo é avaliar se elas foram ou não usadas, sem determinar responsabilidades. Tanto o regime quanto a oposição se acusam mutuamente de ter recorrido a armas químicas nos confrontos que já causaram a morte de mais de 100 mil pessoas.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) pediu que os investigadores se dirijam aos locais atingidos e verifiquem a necessidade de chegada de serviços médicos o mais rápido possível. Os hospitais da região estariam lotados de vítimas dos ataques e não teriam material necessário para socorrer todos os feridos.

Apelo urgente

Várias autoridades condenaram a ação e fizeram um apelo urgente pelas investigações sobre o suposto uso de gás neurotóxico nos bombardeios de hoje. De acordo com a porta-voz do governo francês, Najat Vallaud-Belkacem, o presidente François Hollande expressou, durante a reunião do conselho de ministros franceses, sua “profunda emoção” ao saber do número de mortos durante a ofensiva síria de hoje. Ele manifestou seu desejo de pedir à ONU que as investigações possam esclarecer os fatos.

Já o porta-voz da diplomacia britânica, William Hague, anunciou que vai recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para exprimir sua preocupação. “O Conselho de Segurança deve fazer uma reunião imediata e adotar uma resolução clara para colocar um fim a esta tragédia humana”, disse.

O chefe da diplomacia saudita, Saoud al-Fayçal, também fez um apelo aos ministros europeus das Relações Exteriores, reunidos na Bélgica, para que a Síria seja o assunto principal do encontro. O mesmo pedido partiu de representantes da Liga Árabe. O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse, em Bruxelas, que a ONU deve investigar “imediatamente” as alegações de uso de gás neurotóxico na Síria.

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