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Imprensa francesa

Imprensa teme graves consequências de ação ocidental no Oriente Médio

A possível intervenção militar ocidental na Síria continua recebendo grande destaque nos jornais desta quinta-feira, 29 de agosto. É o diário católico La Croix que melhor contextualiza o conflito que cristaliza a atenção mundial.

RFI
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O jornal católico argumenta que a guerra civil na Síria é o pano de fundo de uma rivalidade antiga entre muçulmanos sunitas e xiitas no Oriente Médio, em que os principais atores na verdade são o Irã e a Arábia Saudita, principal aliada dos rebeldes sírios. La Croix explica:

"A Síria, país muçulmano a 75% sunita, é dirigida desde 1970 pela família al-Assad, originária da comunidade alaouíta, uma ala minoritária do Xiismo que representa apenas 10% da população síria. Os xiitas ganharam poder na região com a revolução islâmica no Irã, em 1979, que encontrou na Síria seu único aliado regional. A aliança iraniana com o Hezbollah libanês, uma milícia xiita que se opõe a Israel, e a ascensão de um governo xiita no Iraque, após a queda do regime sunita de Saddam Husseim, criaram o temor de formação de um 'arco xiita' na região."

Uma intervenção ocidental nesse contexto pode tornar a situação no Oriente Médio ainda mais dramática."Por isso, o Vaticano se opõe com firmeza", escreve o jornal católico.

Dois jornais, o conservador Le Figaro e o popular Aujourd'hui en France, chamam a atenção para os riscos de uma eventual ação externa na Síria. Em sua manchete, o Le Figaro afirma que uma ação punitiva contra o regime, como propôs o presidente François Hollande, é altamente arriscada. O jornal nota que essa intervenção divide os franceses e a classe política local. Todos têm medo das represálias dos aliados da Síria contra alvos dos países que aderirem à coalizão.

Como havia feito o jornal progressista Libération ontem, o editorial do Le Figaro nesta quinta-feira questiona qual o sentido dessa intervenção militar, reproduzindo praticamente os mesmos argumentos do Libération. A guerra civil na Síria começou há mais de dois anos e nesse período 120 mil civis morreram. Por que agir agora? O maior problema é que a rebelião síria é opaca, infiltrada por extremistas islâmicos que ninguém sabe o que poderão fazer após a queda do regime do clã Assad, escreve o Le Figaro.
 

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