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Quênia/Terrorismo

De luto, Quênia enterra vítimas de atentado em shopping de Nairóbi

O Quênia enterra nesta quinta-feira as vítimas do massacre do último sábado no centro comercial Westgate, em Nairóbi. Neste segundo dia de luto pelo ataque reivindicado pelo grupo islâmico radical Al-Shebab, ligado à rede Al-Qaeda, as bandeiras estavam a meio pau por todo o país e os funerais tomavam a cidade. Várias unidades de apoio psicológico foram instaladas pela capital, principalmente nas imediações do necrotério público.

Quenianos enterram vítimas do ataque ao shopping Westgate, que deixou pelo menos 67 mortos.
Quenianos enterram vítimas do ataque ao shopping Westgate, que deixou pelo menos 67 mortos. REUTERS/Thomas Mukoya
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Ao menos 67 pessoas morreram e 240 ficaram feridas no atentado promovido por cerca de 15 homens equipados com granadas e armas automáticas. O número de vítimas ainda pode aumentar, já que três andares do prédio desabaram na ação.

Para agravar o drama, no momento do ataque, mais de 30 crianças participavam de um concurso de cozinha no teto do edifício. Não se sabe ao certo quantas delas morreram, mas cerca de 2 mil pessoas prestaram homenagem à apresentadora de rádio de origem indiana Ruhila Adatia, de 31 anos, que animava o concurso. Ela estava grávida e morreu a tiros.

Adatia é uma entre os 61 civis que perderam suas vidas. Seis membros das forças de segurança também morreram, assim como cinco terroristas. Onze suspeitos foram detidos. De acordo com a Cruz Vermelha, 71 pessoas estão desaparecidas. Algumas delas podem estar soterradas nos escombros do prédio, que permanece fechado para a imprensa.

Inspetores e equipes de resgate podiam ser vistos ao redor do edifício devastado, de onde ainda subiam finas linhas de fumaça. Especialistas de Israel, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, além da Interpol, também participam da investigação no local.

Apesar da continuidade dos trabalhos, o ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, garantiu que restam poucos corpos soterrados e que que a investigação terminará em menos de uma semana. A identificação das vítimas tem sido feita por meio de fotografias, já que seu estado de deterioração seria chocante para os familiares.

A declaração foi vista com ceticismo pela imprensa. Em sua edição de quinta-feira, o diário Daily Nation afirma que há um "grande problema" com relação ao número de reféns que podem ter morrido nas trocas de tiros. Pelo Twitter, várias pessoas se perguntavam: "se os reféns foram salvos, onde eles estão?".

Ainda perduram outras dúvidas sobre o ataque, principalmente com relação à identidade dos terroristas - algumas fontes afirmam que há americanos e britânicos entre eles. O Westgate já era visto pelas forças de ordem como um possível alvo de ataques terroristas. Mas só agora, a segurança foi reforçada nas principais cidades, aeroportos e fronteiras do país. Mesmo assim, dois policiais e um civil morreram em diferentes incidentes nesta madrugada, em áreas vizinhas à Somália.

O chefe do al-Shebab, Ahmed Abdi Godane, declarou na noite de quarta-feira que o massacre foi uma "mensagem" ao Quênia, cujas tropas combatem, desde o fim de 2011, insurgentes no sul da Somália, dentro de uma força tarefa da União Africana. O recado também serve aos "ocidentais que apoiam e financiam a invasão queniana". Ele ameaçou: "Retirem suas tropas ou aguardem novos banhos de sangue".
 

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