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Le Monde considera Nobel da Paz para OPAQ "paradoxal"

Os jornais franceses deste sábado, 12 de outubro de 2013, analisam o prêmio Nobel da Paz concedido ontem à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ). Para o Le Monde, a premiação da OPAQ é paradoxal. Outros veículos da imprensa avaliam que o prêmio é um estímulo ao desarmamento da Síria.

Ativista anti-Assad com máscara de gás, na periferia de Damasco.
Ativista anti-Assad com máscara de gás, na periferia de Damasco. REUTERS/Bassam Khabieh
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Em seu editorial, publicado na primeira página, o Le Monde lembra que a OPAQ foi colocada no centro de um processo em transição, no caso o desarmamento da Síria, que está sendo negociado com o regime de Bashar al-Assad. A OPAQ é uma agência de técnicos, não um organismo político, e nesse sentido não tem vocação para impor obrigações aos estados, escreve o Le Monde.

O jornal afirma ainda que a OPAQ "acompanha a decisão voluntária de um governo de destruir suas armas", mas trata todos os presidentes da mesma forma. Ora, Bashar al-Assad não é um presidente como qualquer outro. Ele é um ditador que conduz uma guerra que já matou mais de 120 mil pessoas e ainda ganhou tempo, com o acordo firmado entre a Rússia e os Estados Unidos, enfatiza o Le Monde. O jornal observa que embora o Comitê do Nobel tenha decidido premiar a organização em abril, portanto muito antes do acordo russo-americano, foi a Rússia que colocou a OPAQ no centro desse processo, o que na opinião do Le Monde é um paradoxo.

O diário conservador Le Figaro estima que premiar a OPAQ com o Nobel da Paz foi uma mensagem "contra o horror" e a tragédia que representam os ataques com armas químicas, como o ocorrido em agosto na periferia de Damasco. O Le Figaro destaca que o prêmio vem sendo entregue regularmente a instituições e personalidades que trabalham para a paz no mundo. Nesta safra 2013, a escolha foi acertada porque premia um ator que "age concretamente pelo desarmamento", diz o Le Figaro.

O Libération consultou a opinião de alguns cientistas políticos de renome e acaba endossando a ideia que o Nobel da Paz para a OPAQ representa um voto de confiança, de estímulo, para que a agência leve a cabo a difícil tarefa de destruir o arsenal químico da Síria.

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