França quer proibir espetáculos de humorista acusado de antissemitismo
O ministro do Interior francês Manuel Valls enviou nesta segunda-feira (06) uma circular às secretarias de segurança pública do país para proibir os espetáculos do humorista Dieudonné, acusado de incitação ao ódio por suas declarações consideradas antissemitas.
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Condenado pela Justiça inúmeras vezes e conhecido pela sua proximidade com a extrema-direita na França, Dieudonné iniciaria uma turnê nesta quinta-feira em Nantes, no oeste do país. "Diante dessa possibilidade, considerei que precisávamos agir", disse o ministro francês durante uma visita a Livry-Gargan, na região parisiense.
A medida também visaria impedir a banalização das declarações antissemitas.
Segundo Valls, a polícia poderá proibir as apresentações de Dieudonné em caso de "perturbação da ordem pública". Conhecido pelas declarações provocativas, o humorista francês inventou a ‘’quenelle’’, um gesto considerado como uma saudação nazista invertida.
Os fãs de Dieudonné, além dele próprio, negam a conotação política e justificam que a saudação se trata apenas de uma "crítica ao sistema."
No sábado, dia 28 de dezembro, o gesto foi reproduzido em público pelo jogador francês Nicolas Anelka, depois de marcar um gol pelo West Bromwich. O incidente trouxe novamente à tona a polêmica sobre os limites do humor. Em setembro, dois militares franceses foram surpreendidos fazendo a saudação em frente a uma sinagoga parisiense.
Para o ministro francês, Dieudoné desrespeita a dignidade humana e é "um delinquente recidivista, não um humorista controverso."
De acordo com ele, "não se pode falar de liberdade artística." Segundo o ministro, as secretarias de segurança pública têm meios jurídicos de impedir as apresentações do humorista francês.
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